O Team Sprint, que o Brasil participou nos Jogos Olímpicos de 2022, terá mudanças importantes na temporada (Alexandre Castello Branco/COB) |
Enquanto os atletas realizavam a pré-temporada ou participavam de competições no verão do Hemisfério Norte ou no inverno do Hemisfério Sul, os dirigentes dos esportes na neve se reuniram para votar mudanças importantes nas modalidades. Os comitês técnicos de outono da Federação Internacional de Esqui e Snowboard (FIS) aconteceram nas últimas semanas.
Pela primeira vez desde 2019, a iniciativa foi realizada presencialmente. Os integrantes de cada comitê estiveram presentes em Zurique, na Suíça. Neles, as reuniões de cada esporte apresentam mudanças para a próxima temporada com o objetivo de ampliar o desenvolvimento e popularização das modalidades em todo o mundo.
Nas reuniões, os participantes têm a oportunidade de sugerirem novas mudanças nas regras ou adaptações do calendário que foram discutidos na Assembleia da FIS. Também apresentam questões que devem ser votadas e discutidas ao fim da temporada. Todas as sugestões, contudo, devem ser aprovados pelo Conselho da entidade antes de serem implementadas.
Os esportes na neve continuamente realizam alterações de regras e inclusão de novas categorias em seus calendários. Prova disso é a disputa de eventos mistos por equipes no Aerials, Combinado Nórdico e Saltos de Esqui nos últimos anos. É uma tentativa de se aproximar às demandas passadas pela própria comunidade e o Comitê Olímpico Internacional.
A partir desta temporada, teremos a chance de observar novas mudanças em cada uma das modalidades de neve. Confira as principais alterações propostas pelos comitês:
Esqui Cross-Country
As principais alterações foram na disputa do Sprint por equipes. A partir da temporada 2022/2023, haverá uma classificatória em que cada atleta da dupla faz uma corrida individual e os tempos são somados para definir a classificação final - apenas os 15 melhores times avançam à final.
Além disso, em eventos por equipes, cada país pode inscrever até dois times. Já nações que não conseguem formar uma equipe de revezamento podem criar um time misto de diferentes nacionalidades. Por fim, haverá um aumento de 10% na premiação da Copa do Mundo.
Combinado Nórdico
Disposto a mostrar relevância para os Jogos Olímpicos e incluir a disputa feminina em 2030, dois representantes do Comitê Olímpico Internacional (COI) participaram das reuniões para apresentar indicadores que são levados em conta pela entidade para definir quais esportes na neve devem entrar, ou não, nas Olimpíadas de Inverno.
Paralelo a isso, a modalidade vai testar um novo formato de prova na Copa Continental: o Super Sprint, com um percurso de 800 metros semelhante à largada em massa, mas com baterias eliminatórias. Além disso, criou o programa "Nations supporting nations", em que os cinco países mais fortes treinam em conjunto com demais nações para desenvolvê-los no futuro.
Esqui Alpino
Não há grandes alterações no Esqui Alpino. As principais discussões giraram em torno do calendário da Copa do Mundo, bem mais cheio do que as demais modalidades. São 42 provas femininas e 43 masculinas, além do Campeonato Mundial em Courchevel, na França, e o Mundial Júnior em St. Anton, na Áustria.
Houve incremento de 10% na premiação dos atletas na Copa do Mundo e a definição de planos B para cada localidade em um possível surto de covid-19. Além disso, houve reforço com a preocupação da nova estratégia da FIS, com foco em sustentabilidade, engajamento dos torcedores e desenvolvimento até de turismo em lugares icônicos.
Freestyle e Snowboard
A principal mudança acontece no Esqui Cross. Cada vez mais parecido com o Esqui Alpino e distante das demais modalidades freestyle, o esporte vai adotar o mesmo sistema de pontuação FIS definido pela diferença de tempo da classificação em relação ao primeiro colocado. Assim, quanto menos pontos o atleta tiver, melhor.
Nas disciplinas de Slopestyle e Halfpipe, a ideia é estabelecer cotas para a disputa da Copa do Mundo, mas a proposta só entrará em vigor a partir da temporada 2023/2024. Além disso, há uma proposta de separar o Banked Slalom em uma categoria separada, permitindo atrair atletas do Cross, Alpino e Slopestyle na mesma disputa - e alinhado com a inclusão do parasnowboard no guarda-chuva da FIS.
Por fim, ficou claro para esses esportes na neve a necessidade de atrair parceiros de longo prazo para as modalidades diante do potencial midiático, registrado sobretudo nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2022. A ideia é transformar esse interesse do público jovem em um desenvolvimento sustentável no futuro, com mais provas no calendário.
Biatlo
Já o Biatlo realizou suas eleições gerais. O sueco Olle Dahlin, que entrou na entidade em 2018 após escândalos de corrupção, foi reeleito para mais um mandato na União Internacional de Biatlo (IBU). Ao lado do vice-presidente Jiri Hamza (Tchéquia), ele encabeça a diretoria executiva por mais quatro anos, até o verão europeu de 2026.
Além do presidente, houve eleição para os seis integrantes do Comitê Executivo e dos 10 integrantes do Comitê Técnico. Na próxima eleição, a ideia é ter equidade de gênero na Diretoria Executiva, com três homens e três mulheres, além de maior presença dos atletas nas decisões referentes às regras da modalidade.
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