Aline Rocha em ação em Pequim/22: esporte paralímpico de neve passa para a FIS agora (Ale Cabral/CPB) |
O esporte paralímpico de neve segue se preparando para uma nova fase em sua trajetória. Após décadas sob influência e gestão do próprio Comitê Paralímpico Internacional, o esqui cross-country, esqui alpino snowboard e biatlo passarão por uma nova onda de profissionalização. A partir desta temporada, as quatro modalidades estarão sob responsabilidade de suas respectivas federações internacionais (FIS e IBU)
Mais um passo nessa transição foi dado na semana passada. A Federação Internacional de Esqui e Snowboard (FIS) lançou o programa de licença aos atletas paralímpicos de seus três esportes. O sistema é obrigatório por ser uma espécie de registro - que serve tanto para o competidor enviar a documentação necessária como também para se inscrever em eventos oficiais.
A FIS disponibilizou um manual para que atletas e organizações nacionais possam efetuar todos os cadastros a tempo de participar das principais competições da temporada - a primeira sob regência da entidade internacional após a troca feita pelo IPC depois dos Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim, em março de 2022.
A temporada da Copa do Mundo para o esporte paralímpico de neve começa entre 23 e 25 de novembro de 2022 com as provas de Banked Slalom no parasnowboard em Landgraf, nos Países Baixos. Entre 8 e 11 de dezembro, ocorre a primeira etapa da competição no paraesqui alpino em St. Moritz, na Suíça. Por fim, entre 10 e 18 de dezembro, ocorre a abertura da temporada do paraesqui cross-country e parabiatlo em Vuokatti, na Finlândia.
Ao todo, o calendário da FIS prevê sete etapas da Copa do Mundo no paraesqui alpino e cinco etapas no paraesqui cross-country/biatlo (realizadas conjuntamente com a IBU) e mais cinco no parasnowboard. Além disso, já definiu a sede para o Mundial de paraesqui nórdico de 2023. Competição vai ser em Östersund, na Suécia, entre 20 e 29 de janeiro. Ainda resta definir as sedes dos Mundiais de paraesqui alpino e parasnowboard.
Transição do esporte paralímpico de neve começou em março
Menos de um mês após o encerramento dos Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim, o Comitê Paralímpico Internacional iniciou conversas com a FIS para repassar a governança de alguns dos esportes de neve para a entidade. A ideia era garantir que a mesma federação responsável pelos esportes olímpicos cuidasse também dos paralímpicos.
Foram quatro meses de debate e negociação, até que em julho a Assembleia da entidade aceitou quase que por unanimidade (94% dos votos) incorporar o esporte paralímpico de neve - sobretudo o esqui cross-country, esqui alpino e snowboard. O processo de transição se arrasta desde então, com os últimos ajustes antes da temporada.
"É um grande prazer que fizemos uma excelente troca com o Comitê Paralímpico Internacional e finalmente estamos aptos a incluir as disciplinas do paradesporto e seus atletas na 'família FIS'. Vai ser um grande desenvolvimento para o esporte e vai enviar uma poderosa mensagem", afirmou Johan Eliasch, presidente da FIS na ocasião.
O que muda para o Brasil?
Basicamente não há diferença para os atletas brasileiros. No país, a Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) é a responsável pelo desenvolvimento das modalidade e já possui filiação tanto na FIS quando no Comitê Paralímpico Internacional por meio do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Assim, o esporte paralímpico de neve segue com a mesma estratégia de evolução e crescimento que possuía anteriormente. Em 2022, por exemplo, o Brasil classificou pela primeira vez seis atletas para os Jogos Paralímpicos de Inverno: foram cinco no esqui cross-country (Guilherme Rocha, Robelson Lula, Wesley dos Santos, Cristian Ribera e Aline Rocha) e um no snowboard (André Barbieri).
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