Equipe brasileira de esqui cross-country paralímpico (Divulgação/CBDN) |
A equipe paralímpica de esqui cross-country do Brasil realizou a primeira atividade na neve depois dos Jogos de Pequim, realizados em março de 2022. O objetivo é iniciar a preparação para o ciclo rumo a Milão e Cortina D'Ampezzo, em 2026, e montar uma equipe forte para novamente quebrar o recorde de atletas inscritos na edição paralímpica de inverno.
Os atletas Aline Rocha, Guilherme Rocha e Elena Souza participaram com o treinador Fernando Orso do training camp realizado entre 15 e 31 de agosto de 2022. A iniciativa foi realizada em Ushuaia, na Argentina, nas instalações do Centro Invernal Tierra Mayor, que está retomando suas operações após dois anos de pandemia.
Foi um período excelente, com temperaturas agradáveis e boas condições de neve e pista. Pudemos aprimorar algumas técnicas com atletas mais experientes, explorando a sensibilidade com a neve e trabalhando a transferência dos treinos de asfalto para neve (Fernando Orso)
Aline Rocha e Guilherme Rocha estiveram presentes na equipe paralímpica de esqui cross-country do Brasil em Pequim/2022. Aline, inclusive, foi a grande destaque do país na competição ao terminar no Top 10 nas três provas que disputou. A sétima posição obtida na prova de longa distância foi o melhor resultado do Brasil na edição.
Com o período de treinamento na Argentina, a expectativa da CBDN é manter o nível de evolução da modalidade no cenário internacional - em menos de 10 anos o país já posiciona atletas na briga por medalhas em grandes eventos. Além disso, serve como preparação para a temporada do Hemisfério Norte, que deve começar em novembro.
Elena Souza tem primeira experiência na neve
Se para Aline e Guilherme os training camps na neve já fazem parte da rotina, para a atleta Elena Souza foi uma grande novidade. Depois de participar do Circuito de Rollerski, ela finalmente teve seu primeiro contato com a neve. Seu objetivo, evidentemente, é garantir a classificação aos Jogos Paralímpicos de 2026.
A equipe paralímpica de esqui cross-country cresce a cada edição. Em 2014, na estreia brasileira nos Jogos Paralímpicos de Inverno, apenas Fernando Aranha representou a modalidade. Quatro anos depois, Cristian Ribera e Aline Rocha foram convocados. Em 2022, esse número pulou para cinco - e Aline já tinha confessado que queria atrair mais mulheres para o esporte.
Essa vivência na neve foi muito importante para mim para intensificar meu desejo para chegar aos Jogos Paralímpicos. Aprendi técnicas novas e formas diferentes de executá-las. Saí do Brasil com a mente focada em dar o meu melhor e volto com a sensação de que fiz isso. Foi a primeira vez que treinei intensamente e com tanta frequência
Equipe paralímpica de esqui cross-country recebe doação da Alkergen
A caminhada rumo aos Jogos Paralímpicos de Inverno de 2026 também começou com boas notícias fora da neve. A empresa Alkergen Brasil fez uma doação de valores para o projeto da modalidade. Com o dinheiro, foi possível comprar dois sitskis, as cadeiras que se acoplam nos esquis ou rollerskis utilizados pelos atletas.
Esses equipamentos são considerados essenciais para o sucesso da equipe paralímpica de esqui cross-country do Brasil, Cada sitski, por exemplo, pode ser utilizado por até dez pessoas diferentes para aprender e treinar a modalidade. Elena Souza e Wesley dos Santos, inclusive, já utilizaram as cadeiras doadas durante a fase de treinamento entre junho e julho de 2022.
Além disso, a ideia é que os equipamentos sejam utilizados para disseminar ainda mais as modalidades paralímpicas de inverno para jovens atletas da região de São Carlos, onde fica o centro de treinamento da CBDN. Recentemente, a entidade lançou o projeto NEBAR - Núcleo de Esporte de Base para o Alto Rendimento de Esqui Cross-Country e Biatlo Paralímpicos.
Postar um comentário