Brasil rompe fronteiras e participa de 'repescagem' no Curling

Anne, Alessandra, a técnica Barbara Zbeetnoff, Luciana e Debora: o time feminino do Brasil (Reprodução)

Desde os primeiros passos do Brasil no Curling, em 2008, a evolução do país na disputa por equipe sempre ficou restrita ao continente americano - seja em Bonspiels ou em torneios internacionais da modalidade. Contudo, nesta temporada, os atletas brasileiros finalmente conseguiram romper a fronteira e, pela primeira vez na história, enfrentam times da Ásia, Pacífico e Europa. 

As seleções brasileiras masculina e feminina de Curling estão presente na disputa do Evento Classificatório Mundial. O torneio, realizado pela WCF (Federação Mundial de Curling), acontece em Naseby, na Nova Zelândia e começa na madrugada desta sexta-feira, 18 de janeiro. As finais estão programadas para a próxima quarta, dia 23.  

Em jogo estão as últimas duas vagas disponíveis para o Mundial por equipes tanto entre os homens quanto entre as mulheres. Essa é a primeira vez que acontece uma repescagem para definir os classificados à disputa. A iniciativa da entidade internacional é democratizar o acesso e permitir que países emergentes possam evoluir. 

É justamente isso o que a delegação brasileira deseja. Além de ganhar mais experiência internacional, os atletas podem, finalmente, enfrentar novos estilos de jogo e compreender o que precisam fazer para crescer ainda mais no esporte. É um intercâmbio essencial para descobrir seus limites e, sobretudo, ultrapassá-los. 

A equipe feminina do Brasil, que já tinha a vaga no evento classificatório garantida antes mesmo do America's Challenge, será comandada pela skip Anne Shibuya e conta com a lead Debora Monteiro, a second Alessandra Barros e a third Luciana Barrella. A canadense Barbara Zbeetnoff será a treinadora das atletas na Nova Zelândia. 

Como elas são as únicas representantes da região além das canadenses e norte-americanas, as brasileiras abdicaram da disputa do desafio continental para se dedicarem, exclusivamente, à repescagem. Elas se reuniram a partir de junho de 2018 e participaram de diversos bonspiels no último semestre como forma de preparação. 

Já os homens seguem com o mesmo time que disputou o America's Challenge contra Estados Unidos e Guiana em novembro de 2018. Marcelo Mello é o skip, Michael Krähenbühl é o third, Scott McMullan é o second e Sergio Mitsuo Vilela é o lead - Ricardo Losso também está presente e é o alternate. O canadense Chad McMullan é o treinador. 

O grupo foi formado para representar o país no torneio continental contra EUA e Guiana. Na ocasião, o país perdeu seus quatro jogos, mas herdou a vaga porque a Guiana, segunda colocada na competição, abdicou da repescagem mundial por falta de verba. Agora, com as lições tiradas do desafio regional, a meta é melhorar o desempenho.

Entretanto, as partidas na repescagem não serão fáceis. Entre as mulheres, por exemplo, o favoritismo é da China. O país, que chegou a ser campeão mundial feminino em 2009, foi o sétimo colocado na temporada passada e será representado por Wang Rui, dona de duas medalhas no Mundial de Duplas Mistas. Além dela, a Finlândia, com Oona Kauste, e a Hungria, comandada por Dorottya Palancsa (dona de dois ouros nas Duplas Mistas) também são favoritas à vaga. 

Na disputa masculina, dois países são favoritos: a Holanda, presente nos últimos dois Mundiais com o skip Jaap van Dorp, e a Coreia do Sul, que foi quarta colocada no último Mundial, mas jogará com Kim Soo-hyuk, bronze no Campeonato Ásia/Pacífico. Além deles, olho na Dinamarca, vice-campeã mundial em 2016 e que nesta temporada venceu as divisões C e B do Europeu, no time australiano de Ian Palangio, responsável pelas últimas quatro participações do país no Mundial (2005 a 2008) e no neozelandês Scott Brecker, quinto no Mundial de 2012. 

A equipe masculina: Sergio, Scott, Michael e Marcelo (Reprodução)

Sistema de disputa 

O regulamento é bem simples. Na primeira fase, os oito times jogam entre si em turno único e apenas os três melhores avançam à segunda fase. O primeiro e o segundo colocados se enfrentam na primeira partida semifinal. Quem vencer garante uma das vagas ao Mundial da modalidade. O perdedor enfrenta o terceiro colocado da primeira fase em jogo decisivo pela segunda vaga disponível. 

Calendário de jogos do Brasil

Feminino
18/01 - 0h - Brasil x Estônia
18/01 - 18h - Brasil x Finlândia
19/01 - 4h - Brasil x Polônia
19/01 - 23h - Brasil x Hong Kong
20/01 - 18h - Brasil x Hungria
21/01 - 4h - Brasil x Nova Zelândia
21/01 - 23h - Brasil x China

Masculino
18/01 - 4h - Brasil x Polônia
18/01 - 23h - Brasil x Coreia do Sul
19/01 - 18h - Brasil x Holanda
20/01 - 4h - Brasil x Nova Zelândia
20/01 - 23h - Brasil x Inglaterra
21/01 - 18h - Brasil x Dinamarca
22/01 - 4h - Brasil x Austrália

* horário de Brasília

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