Federação Internacional de Eisstocksport foi reconhecida pelo COI (Divulgação) |
Um sonho antigo dos atletas de Eisstocksport ficou um pouquinho mais perto após a reunião da Diretoria Executiva do COI (Comitê Olímpico Internacional) no último dia 19 de julho em Lausanne, na Suíça. A entidade reconheceu a IFI (Federação Internacional de Eisstocksport, na sigla inglesa) como integrante da "Família Olímpica".
O reconhecimento é provisório e válido por dois anos. Ao fim do período, ou até antes, se o COI julgar procedente, o esporte pode ganhar o reconhecimento permanente se realizar suas atividades em acordo com os ideais e valores olímpicos. Existem outras 35 federações internacionais reconhecidas pelo comitê, sendo três delas de inverno (Bandy, Esqui Montanhismo e Escalada de Inverno).
"Estamos extremamente orgulhosos de sermos reconhecido pelo COI, formalmente nos unindo à família olímpica. Continuaremos trabalhando para promover os valores declarados na Carta Olímpica e na Agenda 2020. O mundo do Eisstocksport agradece à Diretoria Executiva e à administração do COI pelo apoio e confiança, e também às nossas federações nacionais nos cinco continentes, diretoria e atletas pelo entusiasmo e crença incessante nesse processo", comentou Manfred Schäfer, presidente da IFI.
Isso significa, então, que o Eisstocksport vai se tornar um esporte olímpico?
Ainda não. O reconhecimento do COI é importante, mas é apenas o primeiro passo para um esporte entrar no programa olímpico. Há muito trabalho pela frente, principalmente para mostrar a representatividade, força e atratividade da modalidade perante o público-alvo.O Bandy, por exemplo, tem sua federação internacional reconhecida desde 2001, mas ainda hoje não consegue entrar nos Jogos de Inverno.
Mas o reconhecimento traz uma série de benefícios importantes para o esporte. A partir de agora, por exemplo, a Federação Internacional de Eisstocksport vai receber parte do financiamento do COI para as modalidades esportivas e pode participar de programas de desenvolvimento patrocinados pelo Comitê. Com isso, espera-se uma evolução maior do esporte nos próximos anos.
"Aceite minhas boas-vindas à família olímpica como uma federação reconhecida e dou meus parabéns à IFI. O COI espera trabalhar em parceria com você para o benefício e desenvolvimento de seu esporte e de seus atletas", escreveu o presidente Thomas Bach em carta.
O Brasil tem papel crucial na empreitada olímpica do Eisstocksport. Antes restrita à Europa, a modalidade viu com surpresa e admiração o crescimento brasileiro na disputa do Mundial nesta última década. Em 2014, por exemplo, o país conquistou a prata na categoria "Individual por Equipe". Neste ano, pela primeira vez na história, classificou um homem e uma mulher à final da prova Individual e terminou na quarta colocação masculina por Equipes, o principal evento do Mundial. Resumindo: é a chance de mostrar que o esporte também se desenvolve em outros centros além do continente europeu.
O Eisstocksport, para quem não conhece, é muito parecido com o Curling, sucesso de audiência dos esportes de inverno - tanto que também é conhecido como "curling bávaro". A modalidade surgiu na Alemanha e é bastante popular também na Áustria e na região de Bolzano, na Itália. Não à toa são os três principais países do esporte.
O primeiro registro do Eisstocksport foi numa pintura de Pieter Brueghel, no século 16, mas apenas nos anos 1930 que foi regulamentado em regras oficiais. O primeiro campeonato entre seleções surgiu em 1951, com o Europeu. Em 1983, foi organizado o primeiro Mundial com a criação da Federação Internacional. Nos últimos anos surgiu a variação para o verão, com o asfalto substituindo a superfície de gelo.
Por duas vezes, a modalidade foi esporte de demonstração nos Jogos Olímpicos de Inverno: em 1936, na edição de Garmisch-Partenkirchen, na Alemanha, e em 1964 em Innsbruck, na Áustria. O Eisstocksport também esteve presente como demonstração nos Jogos da Juventude de Inverno de 2012, em Innsbruck, e em 2016, em Lillehammer.
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