Erin Ambrose, do Canadá, e Hilary Knight, dos EUA, na final do Mundial de 2017 (Minas Panagiotakis/HHOF-IIHF Images) |
Desejo antigo das jogadoras norte-americanas e canadenses, a liga feminina unificada de hóquei no gelo pode estar próxima de se tornar realidade. Pelo menos esse é o desejo da ex-atleta Jayna Hefford, que assumiu interinamente como comissária da CWHL, a liga de hóquei feminino do Canadá nesta temporada.
Dona de quatro títulos olímpicos e sete mundiais pela seleção canadense, Hefford substitui Brenda Andress, uma das fundadoras e comissária da liga desde sua criação, em 2007. Ela segue como interina até a organização definir um novo nome, mas a ex-atleta já comentou que deseja continuar no novo cargo.
Mesmo sem ter a certeza de que continuará no maior cargo do hóquei no gelo feminino canadense, a dirigente já elencou qual o seu principal objetivo de trabalho: possibilitar a unificação da CWHL com a NWHL, a liga norte-americana de hóquei no gelo e que reúne as principais atletas dos Estados Unidos, a outra potência da modalidade.
"Essa é a meta: chegar em um ponto onde teremos todas as atletas em uma única liga profissional. Sem muitos detalhes, o envolvimento da NHL seria o melhor cenário possível. Mas quando isso poderá acontecer, eu não sei se é caso de um ou dois anos", comentou Jayna Hefford, que entrará para o Hall da Fama de hóquei neste ano.
A tarefa, porém, não será fácil. Há questões fundamentais que precisam ser resolvidas e estão além da simples vontade das atletas. A CWHL, por exemplo, é a proprietária oficial das seis equipes que participam da competição. Já a NWHL tem uma natureza diferente, com os clubes sendo liberados a buscarem novos investidores.
"O público tem que entender que eu e a Dani Rylan [comissária da NWHL] sempre conversamos. Ela possui uma entidade que visa lucro e nós somos organização sem fins lucrativos. Então, não é tão fácil como todo mundo diz", comentou Brenda Andress, antiga comissária da liga canadense de hóquei.
Mesmo assim, a perspectiva é a melhor possível porque há um diálogo entre as dirigentes e, sobretudo, uma vontade mútua por parte das atletas. Ao longo deste ano, as principais jogadoras lançaram a hashtag #OneLeague para chamar a atenção do público e dos investidores sobre a necessidade de formar uma competição sólida para o hóquei no gelo feminino. Hilary Knight e Marie-Philip Poulin, duas das estrelas máximas do esporte, endossaram a campanha.
A Liga Canadense de Hóquei no Gelo feminino nasceu em 2007 e, em dez anos, se consolidou como a principal competição para as mulheres. Neste período, a entidade restabeleceu a disputa da Clarkson Cup, semelhante à Stanley Cup entre os homens, organizou o fim de semana das estrelas, trouxe emissoras de televisão, estabeleceu relações comerciais com as franquias Montreal Canadiens, Toronto Maple Leafs e Calgary Flames, todas da NHL, e expandiu a competição para a China na temporada passada, com a entrada das equipes Vanke Rays e Kunlun Red Star. Isso fez com que o orçamento da entidade chegasse a US$ 3,5 milhões e, finalmente, pudesse pagar um salário a todas as jogadoras.
Já a Liga Norte-americana de Hóquei no Gelo feminino surgiu em 2015 como iniciativa da ex-atleta Dani Rylan. Prestes a começar sua quarta temporada, a competição possui cinco equipes, mas detém a marca de pagar um salário às jogadoras desde a temporada de abertura. A entidade também permitiu relações comerciais de suas equipes com franquias da NHL. Metropolitan Riveters, por exemplo é parceira do New Jersey Devils, enquanto que Buffalo Beauts foi adquirida pelo mesmo grupo que controla o Buffalo Sabres.
"Espero poder trazer uma nova visão e novos relacionamentos. Sei que tenho o apoio de várias jogadoras", concluiu Hefford.
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