Anastasiya Kuzmina na última temporada da Copa do Mundo de Biatlo (Reprodução) |
Um mês após perder o repasse financeiro do Comitê Olímpico Internacional (COI) por conta de um escândalo de corrupção e fraude, a União Internacional de Biatlo (IBU) segue trabalhando para reverter esse quadro. Na última semana a entidade realizou mais uma reunião de seu Comitê Executivo em Salzburgo, na Áustria.
A diretoria interina da IBU, que assumiu após a renúncia do presidente Anders Besseberg e da secretária-geral Nicole Resch, debateu uma série de pontos que serão debatidos e votados no Congresso Regular em setembro, na Croácia. O objetivo, claro, é melhorar a governança e transparência na federação internacional.
No dia 12 de junho, o COI suspendeu o repasse financeiro até a entidade adotar medidas que revisem seus processos e permitem uma estrutura viável para o novo presidente - que também será eleito durante o Congresso. Até o momento, estes são os principais pontos debatidos pelo comando do Biatlo:
- Revisão do esboço do novo Código de Ética da IBU, a ser apresentado e votado durante o Congresso
- O orçamento para o próximo triênio, também a ser aprovado no Congresso, com previsão de aumento para as confederações nacionais e também da premiação para os campeões da Copa do Mundo
- A revisão das contas da IBU feita pela auditoria externa KPMG. Até o momento, não encontrou nenhum irregularidade no último ano fiscal (encerrado em 30 de abril)
- O início da auditoria externa sobre a política antidoping, realizada pelo iNADO (Instituto das Organizações Nacionais Antidoping)
- A atualização do Grupo de Trabalho independente da IBU, que continua revisando os relatórios McLaren e as informações do banco de dados da WADA (Agência Mundial Antidopagem)
- Revisão completa da Constituição da IBU até o Congresso de 2020
O Congresso Regular da IBU, com a participação de todos os países membros, acontecerá entre os dias 5 e 9 de setembro em Porec, na Croácia. Antes, acontece uma nova reunião do Comitê Executivo da entidade entre 3 e 4 de agosto em Salzburgo. Até lá, o secretário-geral interino Martin Kuchenmeister segue no comando da modalidade.
Entenda o caso
Em abril, uma investigação conjunta entre Áustria, Alemanha e a Noruega deflagrou um grande esquema de corrupção e fraude que envolvia o alto escalão da IBU (União Internacional de Biatlo). O então presidente Anders Besseberg e a secretária-geral Nicole Resch foram acusados de ocultarem casos de doping que envolviam atletas russos em troca de uma quantia financeira.
Ambos foram afastados e, depois, renunciaram a seus cargos, mas a investigação segue em andamento. Os promotores acusam os dois dirigentes da entidade de receberem US$ 300 mil em subornos entre 2012 e 2017 para acobertarem escândalos de doping. Besseberg também ocupava um cargo na Comissão da WADA (Agência Mundial Antidoping).
A IBU também foi duramente criticada por sua postura mais "mole" com os atletas russos após a revelação do escândalo de doping nos Jogos Olímpicos de Sochi. A instituição manteve a última etapa da temporada passada na Rússia, o que revoltou atletas canadenses, norte-americanos e tchecos e os fizeram boicotar o evento. Após a renúncia, o austríaco Klaus Leitner comanda a instituição de forma interina até a eleição, em setembro.
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