Stefano, Karl Petterson e Carlos Eduardo Almeida: troca de comando na CBDN (Divulgação) |
A CBDN (Confederação Brasileira de Desportos na Neve) vai iniciar o ciclo olímpico para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 com um novo comando. Após 16 anos, Stefano Arnhold dá lugar a Karl Anders Pettersson na presidência da entidade. A eleição foi realizada na tarde dessa quinta-feira, 26 de abril, em São Paulo.
Karl Pettersson encabeçou a única chapa inscrita no pleito, com Carlos Eduardo Almeida como vice, e foi eleito por aclamação na Assembleia Geral da CBDN. Entretanto, essa mudança não vai representar uma ruptura: o novo comandante da confederação era o vice-presidente nos últimos quatro anos.
O encontro também definiu os representantes dos primeiros Conselhos de Administração e de Ética, com membros independentes e resultado da nova estrutura organizacional que a entidade promoveu em 2017 para aprimorar a governança. Em seu último ato, Stefano Arnhold apresentou o Relatório de Gestão da temporada, sendo aprovado de forma unânime.
Com a nova diretoria, a CBDN começa o planejamento para o próximo ciclo olímpico a partir de maio. Tradicionalmente a entidade realiza a festa de encerramento da temporada com os testes físicos em todos os seus atletas. Em julho, acontece mais uma etapa do Circuito Brasileiro de Rollerski e as primeiras provas da temporada sul-americana de inverno.
Confira os membros da nova diretoria da CBDN:
Presidente: Karl Anders Pettersson
Vice-presidente: Carlos Eduardo Almeida
Conselho de Administração: Ademar Couto, Ana Carla Fonseca Reis, Leonardo Pereira, Luis Roberto Moraes e Vivien Rosso
Conselho Fiscal: Nelson Andrade, Olavo Fontoura Vieira e Rogério Buzzato Rodrigues (membros), Aldo Henrique Ramos, Carlos Henrique Freitas de Oliveira e Ricardo Moruzzi (suplentes)
Conselho de Ética: Ana Maria Wilheim, Daniela Castro e Luiz Wever
A 'Era' Stefano Arnhold
Eleito presidente pela primeira vez em 2002, após os Jogos Olímpicos de Salt Lake City, Stefano Arnhold foi reeleito em 2006, 2010 e 2014 e comandou a CBDN por 16 anos ininterruptos. No período, foi o responsável por conduzir a profissionalização e expansão da entidade no cenário nacional e internacional, estimulando novas modalidades e atletas.
Nos Jogos de 2002, Stefano era o secretário-geral da então Associação Brasileira de Ski e Snowboard e foi chefe dos esportes de neve em Salt Lake City. O evento marcou a estreia do país no esqui cross-country, com Franziska Becskehazy e Alexander Penna - e serviu de ponto de partida para a inclusão do Brasil nas demais modalidades.
Escolhido para substituir Domingos Giobbi, pioneiro do Brasil nos esportes de inverno, Stefano Arnhold passou a focar em outros esportes além do esqui alpino. O snowboard brasileiro, que começou em 1995, e o esqui cross-country, em 2001, passaram a participar de forma mais ativa de torneios internacionais. Em 2005 a entidade incorporou o Biatlo e, em 2010, o esqui freestyle.
Foi durante sua gestão que a CBDN, que ganhou esse nome em 2003, passou a buscar novas formas de treinamento para os atletas. O principal recurso encontrado foi o rollerski a partir de 2010 para os representantes do esqui cross-country. A entidade estabeleceu dois Centros de Treinamentos (para endurance em São Carlos e freestyle em São Roque) e fez parcerias com universidades e núcleos esportivos, como o NAR.
Por fim, o último movimento de Stefano Arnhold nos esportes de neve foi a entrada do país no movimento paralímpico de inverno. Os primeiros passos começaram em 2012 e, desde então, estreitou a parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro e diversos programas de apoio, como o PEAMA de Jundiaí.
Houve problemas ao longo dos 16 anos, evidentemente. Com exceção da Isabel Clark, a CBDN não teve nenhum atleta de snowboard no cenário internacional nos últimos anos. O projeto de Esqui Aerials, iniciado em 2013, também passou por dificuldades ao longo desse ciclo olímpico. A entidade profissionalizou-se, mas ainda enfrenta dificuldades para atrair patrocínio privado.
O fato é que Stefano Arnhold sai da presidência e deixa a CBDN em uma posição bem diferente da que ele encontrou em 2002. O Brasil tem atletas ativos em cinco das sete modalidades de neve, participa regularmente dos principais eventos internacionais e tem voz ativa na federação internacional. Ao novo presidente, o principal desafio é manter essa evolução nos próximos quatro anos.
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