Isadora Williams no programa curto dos Jogos Olímpicos (Reprodução) |
Exatamente um mês depois de fazer história nos Jogos Olímpicos de PyeongChang, a brasileira Isadora Williams volta ao rink para manter seu nome e o Brasil em evidência na patinação artística no gelo. Nesta quarta-feira, 21 de março, ela estreia no Mundial da modalidade em Milão, na Itália. O programa curto começa às 6h45 no horário de Brasília.
Isadora será a décima atleta a se apresentar e é a última do segundo grupo. No total, 37 atletas participam da disputa feminina e as principais estrelas estão confirmadas, como a russa Alina Zagitova, a japonesa Satoko Miyahara, a canadense Kaetlyn Osmond e a italiana Carolina Kostner. A única ausência é a russa Evgenia Medvedeva, atual bicampeã mundial, mas que se recupera de lesão.
Essa vai ser a terceira participação de Isadora Williams no Mundial Senior de Patinação Artística. Em 2013, logo em sua estreia, ela foi a 25ª colocada, ficou próxima da vaga olímpica e alcançou o melhor resultado do país na história da competição. Em 2017 terminou na 30ª posição. Caso avance ao programa longo, ela repetirá o feito dos Jogos Olímpicos e será a primeira brasileira a avançar ao segundo dia.
O Mundial é a oportunidade perfeita para a brasileira encerrar uma temporada quase perfeita. Em setembro de 2017, ela conseguiu a vaga olímpica no Troféu Nebelhorn com um show no programa longo. Dois meses depois foi prata no Volvo Open Cup. Por fim, em PyeongChang, tornou-se a primeira latino-americana a avançar ao programa longo de uma disputa olímpica.
Curiosamente, a competição em Milão também é a chance que Isadora Williams tem para dar a volta por cima após não realizar o programa longo desejado nos Jogos Olímpicos. Novamente ela será a última do segundo grupo e terá que esperar um tempo considerável para realizar sua apresentação.
"Voltei de PyeongChang e fui direto para os treinamentos logo no dia seguinte. Quero muito fazer duas boas apresentações em Milão e encerrar, assim, a temporada 2017/2018 com chave de ouro", comentou a brasileira ao Brasil Zero Grau.
O último mês foi intenso para Isadora Williams: mensagens em redes sociais, solicitações de entrevistas no Brasil e no exterior, os treinos para o Mundial e, ao mesmo tempo, as incertezas sobre seu próprio futuro no esporte. Cogitou encerrar a carreira ainda em PyeongChang e, neste período, até recebeu convite de um atleta norte-americano para competir nos pares, como revelei na Folha de S. Paulo.
"Os pensamentos invadiram a minha cabeça", confessa.
Após conversar com os treinadores Igor Lukanin e Kristen Fraser e com sua família, Isadora resolveu encarar mais um ciclo olímpico. Enquanto ainda negocia com a CBDG o apoio para os próximos quatro anos, ela já planeja a próxima temporada: vai incluir a combinação triplo-triplo em seus dois programas e quer que seu programa curto tenha música brasileira na próxima temporada (a escolha está entre Águas de Março e Mais que Nada).
E por mais que ela esteja disposta a encarar mais quatro anos como atleta, Isadora Williams também já se preocupa com a evolução da patinação artística no Brasil. O país tem três jovens promessas: a dupla Karolina Calhoun e Michael Valdez na Dança no Gelo, Amanda Kalluf no feminino e Felipe Kubo no masculino. Porém, é preciso garantir que o sucesso obtido nesta temporada ajude no desenvolvimento da modalidade.
"A patinação está crescendo muito. A CBDG já realiza campeonatos e fez um camp em Nova Jersey para atletas e treinadores brasileiros treinarem num rink com medidas oficiais. É algo que eu quero dar continuidade no futuro: poder realizar mais camps para os brasileiros virem aqui e treinarem comigo", conclui.
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