Isabella Springer na América do Sul (Reprodução) |
É uma combinação que, para usar uma expressão tipicamente brasileira, "deu samba". Filha de uma brasileira com alemão, nascida em Nova York, nos Estados Unidos, e moradora de Freiburg, na Alemanha, Isabella Dubeux Springer se transformou em uma das principais promessas brasileiras do esqui alpino. É ela a responsável por abrir a temporada de inverno do hemisfério norte para os esportes de neve do Brasil nesta segunda-feira, 13 de novembro.
A jovem de 17 anos vai competir em uma prova de slalom e outras três de slalom gigante em Solda, na Itália, entre 13 e 16 de novembro. É o início de uma verdadeira maratona no esqui alpino, com mais de trinta corridas na Europa Central até o fim do ano - tudo para garantir a classificação aos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang, em fevereiro de 2018.
A missão não é fácil. Isabella precisa ter uma média abaixo dos 140 pontos FIS no slalom e slalom gigante nos seus cinco melhores resultados da temporada para garantir o índice B olímpico. Ela ainda deve travar um duelo interno com Chiara Marano, que retornou após ficar ausente nas últimas duas temporadas e também deverá lutar pelo índice.
"Meus treinadores e eu acreditamos que, se não houver um acidente e eu não me machucar, tenho condições de fazer os pontos necessários para a qualificação. Por isso estou me dedicando integralmente aos treinos", comentou a jovem ao Brasil Zero Grau.
"Meus treinadores e eu acreditamos que, se não houver um acidente e eu não me machucar, tenho condições de fazer os pontos necessários para a qualificação. Por isso estou me dedicando integralmente aos treinos", comentou a jovem ao Brasil Zero Grau.
Para entender essa história é preciso retornar à Alemanha. Antes de se mudar para Freiburg, Isabella morava na Baviera. Foi lá que começou a esquiar quando tinha apenas dois anos e, aos três, já estava matriculada em sua primeira escola de esqui. O principal incentivador foi o pai, Ronald Springer, amante do esqui alpino e que foi o treinador da jovem por muitos anos.
Nos anos seguintes ela acumulou conquistas regionais no esqui alpino. Sua entrada no circuito internacional era questão de tempo e, como muitos atletas brasileiros de esportes de inverno, ela poderia escolher qual país representar. Assim, aos 15, se tornou a mais nova atleta da CBDN.
Mas por que resolveu competir no esqui alpino pelo Brasil?
"Primeiro porque sou brasileira. Segundo porque me sinto brasileira e terceiro porque é mais divertido competir como outsider no mundo das nações montanheiras, especialmente sendo brasileira. Minha primeira língua foi o português e é a língua que eu falo com a minha mãe. O Brasil está no meu dia a dia. Eu sei fazer farofa com ovo, arroz e brigadeiro, apesar de morar na Alemanha", brincou.
Isabella, inclusive, já está entrosada com a seleção brasileira de esqui alpino. Em 2016, antes mesmo de estrear no circuito internacional, participou da Cerimônia de Encerramento da Temporada da CBDN e conheceu grande parte dos atletas nacionais. Neste ano, participou de provas na América do Sul ao lado de Michel Macedo, que luta pela vaga olímpica entre os homens. Ainda em 2017 conseguiu esquiar ao lado de Stefano Arnhold, presidente da entidade, em Val d'Isere.
Para integrar a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de 2018, Isabella foca em seu treinamento. A rotina foi estabelecida a partir dos testes físicos e é voltada para o esqui alpino. Os exercícios feitos diariamente na academia servem para fortalecer e estabilizar a musculatura - essencial neste esporte. Neste mês, ela ainda esteve presente em um training camp da FIS na Áustria, totalizando incríveis oito horas de treinos diários.
Fã de muitos esquiadores ("mas a preferida é Lindsey Vonn"), Isabella Springer espera competir pelo país nas principais competições internacionais e seguir os passos de Mirella Arnhold e Maya Harrisson, representantes brasileiras nas últimas quatro edições dos Jogos Olímpicos de Inverno no esqui alpino feminino.
Contudo, ela quer ir além. Isabella não esconde que o objetivo é ganhar experiência nos Jogos Olímpicos de 2018 parra alçar voos maiores daqui quatro anos. "Numa avaliação feita por Christian Huber, treinador de vários campeões mundiais, ele acredita que posso concorrer a uma medalha em 2022 caso tenha o suporte e o treino adequados", concluiu.
Para atingir seus objetivos, Isabella Springer possui um financiamento coletivo. Você pode ajudá-la aqui!
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