Com pista de push, Bobsled do Brasil está pronto para decolar

Equipe brasileira de bobsled (Divulgação/CBDG)

Após realizar um sonho antigo e construir sua primeira pista de push no Brasil, o bobsled brasileiro está pronto para realizar voos maiores no cenário internacional. A equipe, em reta final de pré-temporada no país, apresentou a estrutura aos jornalistas na última quinta-feira, 24 de agosto, em São Paulo. 

A pista, utilizada pelos atletas desde 16 de julho em formato de testes, possui uma extensão total de 75 metros e suporta uma estrutura metálica que simula o trenó de bobsled. Assim, a equipe consegue reproduzir, no Brasil, técnicas de largada como impulso, arranque e entrada - situações que determinam os milésimos de segundo que separam os primeiros colocados em provas internacionais. 

"Com a pista, conseguimos igualar a preparação realizada pelos principais países do esporte. Antes, perdíamos um tempo de preparação considerável nas pistas apenas para entrosar a nossa largada. Agora, podemos chegar em outubro prontos para a descida e no mesmo nível dos demais", comentou Edson Bindilatti, piloto da equipe brasileira. 

Todas as pistas de bobsled ficam no hemisfério norte e abrem em outubro, com o início da temporada de inverno. Dessa forma, todos os países utilizam a pré-temporada, normalmente entre abril e setembro, para aperfeiçoarem a parte física e treinarem as largadas em pistas de push semelhantes a que o Brasil inaugurou agora. 


A estrutura também simboliza a parceria entre a CBDG e o NAR (Núcleo de Alto Rendimento Esportivo de São Paulo). A confederação adquiriu os equipamentos, enquanto que o núcleo cedeu seu espaço - os atletas brasileiros já treinam a parte física no mesmo local. A montagem foi de Odirlei Pessoni, integrante da equipe brasileira de bobsled. 

"É um sonho realizado. Poder construir essa pista no Brasil e vê-la ajudando em nossos treinos e podendo promover o bobsled é gratificante", explicou Odirlei. 

Reformulada a partir de 2013, a equipe basileira de bobsled cresceu neste ciclo olímpico. O quarteto, por exemplo, saiu da 34ª posição do ranking internacional em 2014 e encerrou a temporada passada na 17ª colocação. Além disso, o país também tem boas chances de garantir, pela primeira vez, uma dupla masculina nos Jogos Olímpicos de Inverno. 

Equipe feminina mira Jogos de 2022

Enquanto o time masculino já espera alcançar um bom resultado nos Jogos de Inverno de 2018, o time feminino, atualmente formado por Sally Mayara e Jacqueline Nazaré, tem uma meta mais distante: os Jogos de Inverno de 2022, que acontecerão em Pequim, na China. A equipe está em um período de transição após a aposentadoria da pilota Fabiana dos Santos em 2016. 

"Comecei a fazer cursos de pilotagem na temporada passada e bobsled é que nem avião: quanto mais tempo você tiver na pista, melhor. Nós iremos competir e tentar a vaga olímpica agora em 2018, mas o foco do time feminino realmente está em se preparar bem e conseguir um bom resultado nos Jogos de 2022", confirmou Sally. 

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