Apresentação do Brasil no Comitê de cross-country da FIS (Divulgação/CBDN) |
Entre os dias 24 e 27 de maio, a FIS (Federação Internacional de Esqui), principal entidade dos esportes de neve, realizou sua conferência anual em Portoroz, na Eslovênia, para debater e aprovar mudanças para a próxima temporada. Membro atuante da organização, o Brasil esteve presente no evento e participou dos comitês técnicos de cada modalidade.
A delegação brasileira foi liderada por Stefano Arnhold, presidente da CBDN, Pedro Cavazzoni, CEO, e Caio Freixeda, gestor de cross-country e biatlo. Nesse ano, o país viu o primeiro passo do trabalho de planejamento estratégico da FIS após a moção brasileira ser aprovada em 2016. Uma empresa externa, contratada pela FIS, apresentou a metodologia utilizada no desenvolvimento e os resultados obtidos e discutiu com os participantes alguns temas-chave para o futuro.
Além disso, o Brasil teve participação decisiva em dois comitês técnicos. No cross-country, o trabalho desenvolvido com rollerski foi elogiado pelos participantes e considerado um modelo a ser seguido. Já nas discussões envolvendo o Snowboard, Freestyle e Freeski, Stefano Arnhold, chairman do Comitê de Regras, comandou o trabalho de adequação de propostas, organização e aprovação das mudanças.
"Novamente o Brasil se destacou nesta reunião da FIS com suas apresentações nos comitês de Rollerski e Ski Cross-Country (tenso sido citado como modelo para países em desenvolvimento nessas modalidades), ao conduzir todo o complexo processo de regras do snowboard, freestyle e freeski, na Presidência do Comitê Master e no fechamento das atividades, quando foi apresentado o progresso do projeto de desenvolvimento de uma estratégia/business plan para a FIS, resultante de uma moção brasileira em 2016", pontuou Stefano Arnhold ao site da CBDN.
Confira algumas das mudanças propostas para a próxima temporada nas modalidades de neve:
- Esqui Alpino
A modalidade não apresentou nenhuma mudança significativa. A principal delas diz respeito à ordem de largada nos treinamentos do Downhill. Agora, os melhores dez competidores ficarão com os números ímpares entre 1 e 19 durante os treinos. Além disso, houve algumas mudanças no calendário. O city event, tradicionalmente realizado no dia 1º de janeiro, será em Oslo nesta temporada. Já Courchevel, na França, deve realizar uma prova de slalom paralelo e Bormio, na Itália, retorna ao calendário com provas de downhill e combinado.
- Cross-Country
Agora, nas competições de sprint por equipe, os dois melhores times de cada semifinal garantem vaga à final, além dos seis melhores tempos na somatória das baterias. As corridas também terão zonas demarcadas que proíbem a técnica do double-polling (o que permite o atleta ter mais velocidade e arranque). Em eventos com etapas, como o Tour de Ski, os 20 melhores atletas do ranking da Copa do Mundo de sprint podem participar, além da cota normal de classificação. Por fim, o calendário terá novas provas em Dresden, na Alemanha, e em Planica, na Eslovênia.
- Snowboard e Freestyle
As principais mudanças dizem respeito ao calendário das competições. Na próxima temporada, o objetivo é realizar mais provas conjuntas entre snowboard e esqui livre (pelo menos metade das provas de slopestyle, halfpipe e big air devem ser nesse formato). Pequim, Moscou, Berna e Copenhague são cidades que participarão dessa temporada. Por fim, o Big Air Super Series e o Ski Cross Alps Tour continuam no calendário e serão estendidos também ao snowboard a partir de 2017/2018.
- Combinado Nórdico
A principal mudança é a inclusão das mulheres na Copa Continental na próxima temporada (o que abre precedente para participação feminina na Copa do Mundo após os Jogos de PyeongChang). O Combinado Nórdico era o último esporte de inverno exclusivamente masculino. As mulheres irão competir em uma prova normal hill de esqui saltos e uma corrida de 5km. A Copa Continental também vai testar um novo formato de prova, em que os atletas participam primeiro do esqui cross-country e depois saltam. Já na Copa do Mundo, o comitê aprovou a temporada com 28 etapas, incluindo um tour de três provas em Ruka, na Finlândia, e o retorno de Otepää, na Estônia, e Hakuba, no Japão.
- Esqui Saltos
O Comitê aprovou um novo sistema de classificação que será testado no Grand Prix de Verão, entre agosto e setembro. Nele, não há atletas pré-classificados, ou seja, todos terão que saltar na rodada classificatória. Além disso, o uso de roupa interna com duas peças será obrigatória para todos os atletas e elas não poderão passar pelo plombing, técnica que garante a permeabilidade do ar. Por fim, essa temporada marca a estreia da prova por equipes entre as mulheres em Hinterzarten, na Alemanha, e Zao, no Japão.
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