Cartaz que promove a cidade de Sion, na Suíça, como sede dos Jogos de 2026 (Reprodução) |
Apesar da dificuldade em reduzir os custos para as cidades-sede e do vexame em ter apenas duas candidatas para receber os Jogos Olímpicos de 2022 e 2024, o COI já recebe interessados nos Jogos de Inverno de 2026. Tanto que no último mês já surgiu a primeira candidata oficial: Sion, na Suíça.
A confirmação partiu do próprio Parlamento Esportivo Suíço, inclusive com o lema "os Jogos no coração da Suíça" proposto pelo Comitê Olímpico local. A pequena cidade de 30 mil habitantes já rascunhou um projeto e propõe dividir a sede com outros locais, como Berna, Lausanne e St. Moritz.
"Essa mensagem clara do esporte suíço é muito importante para nós. Isso mostra que a base do projeto Sion-2026 é sólida. Também vai ser muito importante quando entrarmos na próxima etapa do projeto, que é reunir apoio do governo federal", confirmou Juerg Stahl, presidente do Comitê Olímpico Suíço em nota enviada à imprensa em abril.
País tradicional quando o assunto é esporte de inverno, a Suíça sediou os Jogos Olímpicos em apenas duas oportunidades: 1928 e 1948, ambas com St. Moritz, e muito antes da expansão do evento poliesportivo. Sion, por exemplo, foi candidata em 1976, 2002 e 2006 e em todas ficou na segunda posição do processo de escolha. A candidatura da pequena cidade ainda conta com o apoio local, algo raro atualmente: dois terços da população se manifestaram favoravelmente à disputa olímpica.
Diferentemente dos últimos dois processos seletivos, o COI não deve enfrentar tantas dificuldades em encontrar interessados para os Jogos de Inverno de 2026. Além de Sion, a cidade turca Erzurum e a canadense Calgary já se manifestaram publicamente em lançar suas candidaturas. Lillehammer, na Noruega, cogita entrar no páreo mesmo com a rejeição da campanha de Oslo aos Jogos de 2022. Innsbruck, na Áustria, Sapporo, no Japão, e Almaty, no Cazaquistão, também consideram a hipótese de participarem do processo.
Contudo, mesmo com esse interesse crescente nos Jogos de 2026, o COI sabe que precisa manter o sinal de alerta. As candidaturas são inspiradas no projeto "Agenda 2020", criado pelo Comitê Olímpico Internacional para reduzir os custos envolvidos na realização dos Jogos e tornar o evento mais sustentável financeiramente. Resumindo: é preciso que essas promessas sejam, de fato, cumpridas - o que não se vê no caso de Tóquio-2020, por exemplo.
Não à toa que Estocolmo, na Suécia, já desistiu de lançar sua candidatura - mesmo antes de lançar os primeiros relatórios. A cidade, também presente na fase inicial do processo para definir a sede dos Jogos de 2022, percebeu que os custos não teriam uma redução significativa e desistiu mais uma vez. Barcelona, na Espanha, também não se empolgou e alegou "as circunstâncias econômicas e sociais não só da cidade, mas de toda a Espanha" para desistir antes mesmo de lançar a candidatura.
Ao longo desse ano, sobretudo no segundo semestre, devemos ter novidades sobre o processo de escolha dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026. A tendência é que o evento retorne à Europa Ocidental - a última edição realizada nessa região foi em 2006, na cidade italiana de Turim. A escolha deve acontecer apenas em 2019.
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