Equipe norte-americana comemora título (Andre Ringuette/IIHF-HHOF) |
Principal competição de hóquei no gelo para as mulheres, o Mundial feminino da modalidade começa nesta sexta-feira, 31 de março, com os bastidores fervendo e a expectativa por uma nova final entre canadenses e norte-americanas. Nesta temporada a competição acontece em Plymouth, nos Estados Unidos, e termina no dia 7 de abril.
No total oito seleções estão divididas em dois grupos. No A está a elite do esporte: Estados Unidos, Canadá, Rússia e Finlândia. Já no B jogam Suécia, Alemanha, Suíça e República Tcheca. A primeira rodada começa daqui a pouco e já terá o grande clássico mundial entre EUA x Canadá. Ainda hoje jogam Finlândia x Rússia, Alemanha x Suécia e Suíça x República Tcheca.
O regulamento é bem simples: os times jogam entre si dentro do grupo em turno único. As duas melhores seleções do Grupo A avançam para a semifinal, enquanto que o terceiro e quarto colocados enfrentam os dois melhores países do Grupo B pelas duas vagas restantes na semifinal. Já os dois piores times fazem um playoff para determinar quem continua e quem vai ser rebaixado.
Contudo, a principal discussão em torno do Mundial não eram os jogos, a supremacia da América do Norte ou a preparação das equipes. O que todos queriam saber era a greve da seleção norte-americana por melhores condições financeiras continuava. Após intensas negociações, o acordo histórico foi selado a menos de três dias do início da competição (veja mais abaixo).
A primeira fase do Mundial feminino de Hóquei no Gelo termina na segunda-feira, 3 de abril. As semifinais estão programadas para a quinta-feira, 6, e a final acontece no dia seguinte. Na próxima semana também começa a disputa do Grupo A da Divisão 2 da competição. As partidas serão em Gangneung, na Coreia do Sul, em evento-teste para os Jogos Olímpicos de PyeongChang.
Greve, mobilização e vitória a 70 horas do Mundial!
Foram 14 meses de uma negociação que, em muitos momentos, parecia fadada a não ter um final feliz. Cansadas da desigualdade em relação ao time masculino (apesar de conquistarem melhores resultados), as jogadoras da seleção principais dos Estados Unidos resolveram dar um basta e anunciaram um boicote ao Mundial feminino de hóquei no gelo em 2017.
Donas de sete títulos mundiais nas últimas nove edições e favoritas ao ouro olímpico em 2018, as norte-americanas recebiam apenas US$ 1 mil por mês durante um semestre a cada quatro anos! Além disso, a ajuda de custo para a refeição era a metade da equipe masculina e os gastos com acomodação e seguro também eram inferiores.
Para dar um fim nisso, as atletas levaram a greve ao extremo. No início, a federação norte-americana fez pouco caso e foi atrás de outras jogadoras para compor a seleção no Mundial. Entretanto, o que os dirigentes não esperavam era o apoio maciço à causa. Reservas, universitárias e até mesmo as jovens do time sub-18 recusaram jogar a competição enquanto a discrepância financeira não fosse resolvida.
Com o risco inerente de ficar de fora do Mundial organizado em Plymouth, nos Estados Unidos, a entidade cedeu. Agora, o salário mínimo das jogadoras da seleção principal é de US$ 4 mil por mês, valor que pode ser aumentado com uma série de bonificações e premiações. A ajuda de custo, acomodações e seguros também estão no mesmo patamar do time masculino. Confira aqui e aqui mais detalhes dessa luta.
Donas de sete títulos mundiais nas últimas nove edições e favoritas ao ouro olímpico em 2018, as norte-americanas recebiam apenas US$ 1 mil por mês durante um semestre a cada quatro anos! Além disso, a ajuda de custo para a refeição era a metade da equipe masculina e os gastos com acomodação e seguro também eram inferiores.
Para dar um fim nisso, as atletas levaram a greve ao extremo. No início, a federação norte-americana fez pouco caso e foi atrás de outras jogadoras para compor a seleção no Mundial. Entretanto, o que os dirigentes não esperavam era o apoio maciço à causa. Reservas, universitárias e até mesmo as jovens do time sub-18 recusaram jogar a competição enquanto a discrepância financeira não fosse resolvida.
Com o risco inerente de ficar de fora do Mundial organizado em Plymouth, nos Estados Unidos, a entidade cedeu. Agora, o salário mínimo das jogadoras da seleção principal é de US$ 4 mil por mês, valor que pode ser aumentado com uma série de bonificações e premiações. A ajuda de custo, acomodações e seguros também estão no mesmo patamar do time masculino. Confira aqui e aqui mais detalhes dessa luta.
To Our Dearest Fans,— Hilary Knight (@Hilary_Knight) 29 de março de 2017
Together, WE dared to make history. And couldn't have done it without you. See you at #2017WWC#BeBoldForChange #OwnIt pic.twitter.com/WGBZByCcYI
Foi uma vitória histórica das jogadoras de hóquei no gelo dos Estados Unidos. A desigualdade de gênero ainda é uma realidade no esporte, infelizmente. A grande maioria dos países e as próprias federações internacionais não valorizam as atletas mulheres. Que este exemplo possa inspirar outras atletas a lutarem por seus direitos.
Supremacia norte-americana
Com a greve encerrada, o Mundial feminino de Hóquei no Gelo deve ampliar a supremacia da América do Norte na modalidade. Em 17 edições da competição, Estados Unidos e Canadá fizeram TODAS as finais! As canadenses levam vantagem, com dez vitórias, mas as norte-americanas venceram sete das últimas nove edições e são as atuais tricampeãs.
O domínio é ainda mais impressionante se levarmos em conta não só o Mundial, mas também os Jogos Olímpicos de Inverno e o Mundial Juvenil. No total, foram realizadas 32 finais e em 31 delas a partida foi entre Canadá e EUA. Apenas nos Jogos Olímpicos de 2006, em Turim, as suecas surpreenderam as norte-americanas e decidiram o título com as canadenses.
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