As chances do Brasil durante o Pré-Olímpico dos Jogos de Inverno

Para muitos esportes, o período pré-olímpico começou em julho de 2016. Contudo, é a partir deste ano que os atletas começam a se preparar com mais afinco e, principalmente, é possível projetar as chances de classificação em cada modalidade. Após surpreender em Sochi e levar a maior delegação da história, o Brasil espera repetir o feito nos Jogos de Pyeongchang, em 2018. Confira abaixo as chances do país em cada esporte de inverno. 


Esqui Alpino

O Brasil tem boas chances de classificar dois homens pelo "Índice A". Para isso, Guilherme Grahn precisa ficar no Top 500 do slalom (atualmente é 662º) e Michel Macedo (foto) também ficar entre os 500 melhores no Super G ou no Downhill (é o 558º e 583º, respectivamente). Se não conseguir, é certeza que um atleta estará garantido por conta do "índice B" no slalom e slalom gigante. No feminino, a situação é mais complexa. Nenhuma atleta competiu nos últimos dois anos. Chiara Marano, a mais experiente, ficou afastada para concluir seus estudos. Já Esmeralda Alborghetti passou por duas cirurgias nesse período. A expectativa é que pelo menos uma delas volte a competir em 2017 e consiga atingir o "índice B".

Esqui Cross-Country

No masculino o Brasil vai confirmar uma vaga pelo "Índice B" (máximo de 300 pontos FIS). Assim, brigam pela convocação Leandro Lutz e os jovens da primeira geração do Ski na Rua (Victor Santos, Paulo Santos, Caio Moreira, etc). No feminino, Jaqueline Mourão (foto) luta para ficar no Top 300 do distance e atingir o "índice A" pela primeira vez na história. Caso ela tenha sucesso, a CBDN vai brigar para que o Brasil também consiga levar mais uma atleta pelo "índice B". Tudo vai depender das realocações. É difícil, mas esta situação já aconteceu com outros países em anos anteriores. 

Snowboard

Apenas um desastre tira Isabel Clark (foto) de mais uma edição dos Jogos Olímpicos de Inverno. As 30 melhores atletas do ranking de snowboardcross garantem vaga e a brasileira é justamente a 30ª colocada - isso sem contar as realocações que sempre existem por conta do limite de competidores por país. Já no masculino a situação é inversa. Marcos Vinicius Batista é o 63º no ranking do Big Air e possui condições de lutar por uma das 30 vagas, mas ele não compete desde 2015. Lucas Rezende, por sua vez, vai participar de provas no snowboardcross, mas é o 155º no ranking e precisa melhorar sua pontuação substancialmente para entrar na briga. 

Esqui Livre

O Brasil compete no Aerials e a modalidade garante 25 vagas. Para ser elegível, o competidor precisa ter um mínimo de 80 pontos e ficar no Top 30 em uma etapa da Copa do Mundo. Como há poucas atletas entre as mulheres, o Brasil possui chances. Contudo, faz dois anos que o país não compete em provas internacionais e Josi Santos (foto), principal nome do país neste esporte, anunciou sua aposentadoria das competições na virada do ano. Nos últimos anos, o foco da CBDN foi preparar sua equipe em training camps. Resta saber se em 2017 a entidade vai mandar seus representantes para torneios em busca dos pontos necessários neste ano (mesmo roteiro seguido em 2013). 

Biatlo

A situação também é difícil. Para não depender das realocações, o Brasil precisaria terminar, no máximo, até na 22ª colocação no ranking das nações desta temporada (até maio de 2017). Os atletas brasileiros participarão de diversas provas neste período, mas dificilmente conseguirão atingir essa posição. Dessa forma, o país lutará pelas seis vagas restantes no masculino e no feminino pela lista classificatória de pontos, que será publicada apenas no dia 22 de janeiro de 2018. As maiores chances, por assim, dizer, estão com as mulheres. As jovens Bruna Moura e Gabriela Neres (foto) participaram de training camps da IBU em 2016 e seguem evoluindo. Entre os homens, Caio Moreira e Leandro Lutz tentarão conquistar os pontos necessários para buscar a vaga olímpica. 

Bobsled

Diferentemente das outras edições, dessa vez o quarteto masculino (foto) não deverá enfrentar dificuldades para confirmar a vaga em Pyeongchang. O sistema de classificação do bobsled funciona assim: os três melhores países do ranking levam seis trenós, as seis nações subsequentes tem dois conjuntos e os cinco restantes garantem uma equipe. Atualmente, o Brasil é o primeiro país com direito a levar um trenó, mas se o time continuar com essa evolução, pode até brigar para garantir dois conjuntos na Coreia do Sul! A CBDG também luta para garantir a classificação nas duplas (hoje o Brasil é o segundo país na lista de espera) e também no feminino. As mulheres irão competir ao longo deste ano para atingir os pontos necessários. Fazendo projeções, elas precisariam ficar entre as 15 melhores do ranking para entrar na lista. 

Skeleton

Se no bobsled a situação é mais tranquila, no skeleton nem tanto. O Brasil vai enviar atletas homens para competir neste ano após uma temporada e meia ausente na modalidade - Gustavo Henke (foto), por exemplo, participou do Mundial da modalidade em 2015. O objetivo é atingir o critério mínimo de elegibilidade. Contudo, o sistema de classificação é o mesmo do bobsled, com países garantindo três ou dois competidores. Se a vaga fosse decidida hoje, o último atleta classificado estaria na 38ª posição, com 133 pontos. 

Luge

Atingir o índice não é difícil: basta terminar cinco provas da Copa do Mundo ou Copa das Nações nesta temporada e na próxima para ser elegível. Além disso, são 39 vagas e um limite de três por país, ou seja, a lista de realocações costuma rodar bastante. A questão é que o Brasil só possui o Gabriel Bernardes (foto) nessa modalidade e sua participação na última temporada foi mais para adaptá-lo ao gelo do que buscar resultados. Dessa forma, ele precisaria competir bastante em 2017, conquistar resultados históricos e ainda torcer por realocações. 

Patinação Artística

O Mundial da modalidade, no fim de março, vai definir 24 das 30 vagas e a brasileira Isadora Williams (foto) estará presente na disputa. Porém, para garantir a classificação, não basta terminar no Top 24. O sistema é mais complexo e há países que garantem duas e até três vagas. Em 2013, por exemplo, a última vaga olímpica ficou para a 20ª colocada. Se Isadora manter a boa fase e fizer dois programas limpos, ela tem condições de garantir a classificação já no Mundial. Caso contrário, vai ter que brigar pelas últimas seis cotas em um torneio no outono europeu (muito provavelmente no Troféu Nebelhorn novamente). 

Patinação de velocidade

A situação também é difícil. A ISU irá determinar neste primeiro semestre os critérios e tempos necessários para a classificação em todas as distâncias. A questão é que os atletas que disputarem Copas do Mundo e o Mundial de Distância Simples terão prioridade na disputa. Os três atletas do Brasil (João Victor da Silva, Gabriel Ohnmacht, na foto, e Marcelo Donadio) precisarão melhorar rapidamente suas marcas para conseguirem lutar pela classificação olímpica. Como o time é jovem, o foco deve ser nos Jogos de 2022, em Pequim. 

Curling

Só um feito histórico classifica o Brasil no Curling. Na disputa por equipes, o país precisa vencer os EUA no America's Challenge, em janeiro, para participar do Mundial e, assim, se credenciar ao pré-olímpico no fim do ano que definirá as três últimas vagas. Nas Duplas Mistas, o time brasileiro precisaria fazer uma grande campanha, terminando pelo menos entre os quatro melhores, para conquistar muitos pontos no ranking e brigar por uma das sete vagas em jogo. 

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