Medalha no peito e vaga garantida: Isadora busca classificação olímpica (Divulgação/CBDG) |
Isadora Williams conseguiu! Principal estrela da equipe brasileira de patinação artística no gelo, a atleta conquistou a vaga para o Mundial da modalidade em 2017. Ela obteve o índice no programa curto durante a disputa do Santa Claus Cup entre 9 e 11 de dezembro. A competição aconteceu em Budapeste, na Hungria.
De quebra, a representante da CBDG ainda conquistou o vice-campeonato do torneio ao obter 137.79 pontos na somatória de suas duas apresentações (53.18 no programa curto - recorde pessoal - e 84.61 no longo). A vencedora foi a húngara Ivett Tóth e a romena Julia Sautter completou o pódio.
Para garantir a vaga no Mundial, Isadora precisava atingir 27 pontos nos elementos técnicos na apresentação do programa curto para confirmar o índice técnico. Como fruto de sua dedicação nos treinamentos, a jovem de 20 anos atingiu 31.84 pontos e conseguiu a vaga. Ela já havia obtido a marca necessária no programa longo no Sportland Trophy, também em Budapeste, em março deste ano.
O Mundial de Patinação Artística no Gelo de 2017 também servirá de pré-olímpico para a modalidade. A competição definirá 24 das 30 vagas disponíveis nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang, em 2018. A brasileira, presente em Sochi-2014, busca sua segunda classificação olímpica.
Isadora Williams (Divulgação) |
Essa vai ser a segunda participação de Isadora Williams no Mundial de Patinação Artística no Gelo. Em 2013, com 17 anos, ela foi a 25ª colocada – até hoje o melhor desempenho do país na competição. O Brasil também competiu com Stacy Perfetti no feminino em 2009 e com Kevin Alves entre os homens nos Mundiais de 2009 e 2010.
O que Isadora precisa fazer para conquistar a vaga olímpica no Mundial?
Se são 24 vagas olímpicas distribuídas no Mundial de Patinação Artística, basta a brasileira terminar entre as 24 melhores, certo? Não. As vagas não são distribuídas uniformemente e alguns países podem garantir duas ou até três posições de acordo com a classificação final do Mundial.
A classificação para os Jogos Olímpicos leva em conta os pontos obtidos por cada país nas categorias do Mundial. A posição de cada atleta corresponde ao número de pontos que ele contribui. Por exemplo: o campeão mundial garante um ponto para seu país, o segundo colocado, dois, o terceiro, três, e assim por diante.
Há duas situações que um país pode garantir três vagas olímpicas. Se ele tiver apenas um representante no Mundial, esse atleta precisa terminar entre os dois primeiros. Caso contrário, a soma de seus dois melhores competidores não pode ultrapassar 13 pontos. Para garantir duas vagas, o país que tiver um atleta precisa terminar no Top 10. Com dois ou mais, a soma não pode ser superior a 28 pontos. Daí por diante, é uma vaga para cada nação que aparecer na sequência da classificação final.
Vamos usar como exemplo a disputa feminina do Mundial de Patinação Artística de 2016. A classificação final está neste link. Se aplicarmos esses cálculos, Japão, EUA e Rússia garantiriam três vagas e o Canadá ficaria com outras duas. A partir da 11ª colocada, cada país iria garantir uma vaga - o que levaria até mesmo a 26ª colocada para os Jogos Olímpicos.
Contudo, em uma edição do Mundial que funciona como classificatória para os Jogos, a tendência é que a disputa seja mais equilibrada. Em 2013, a 24ª vaga ficou com a 20ª colocada (na ocasião, a britânica Jenna McCorkell). Outras variáveis podem influenciar, como o fator-casa e a presença de estrelas ausentes nos últimos anos, como a italiana Carolina Kostner (o que pode garantir duas vagas para a Itália).
É difícil, mas o primeiro passo para Isadora Williams é terminar entre as 24 melhores do programa curto e participar do programa longo. Se ela manter a grande fase que vive, é possível garantir a vaga olímpica ainda no Mundial. A somatória de seus dois melhores programas ultrapassa 157 pontos, o suficiente para deixá-la próxima do Top 20 e da classificação para Pyeongchang.
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