Cerimônia de encerramento em Sochi (Divulgação) |
São 103 páginas que causaram um verdadeiro terremoto no esporte mundial nesta segunda-feira, dia 18 de julho. O professor Richard McLaren, líder da comissão independente da Wada (Agência Mundial Antidopagem), divulgou o relatório sobre as acusações de doping nos Jogos de Inverno de Sochi, em 2014. As conclusões foram as piores possíveis para a Rússia.
O documento não só confirma o sistema que acobertou atletas na última edição olímpica, como também informou que o próprio Ministério do Esporte russo, liderado por Vitaly Mutko, teve participação ativa nesta prática. O principal artifício utilizado foi o "desaparecimento de positivos", ou seja, a destruição de amostras que apontassem o uso de substâncias proibidas por parte de atletas russos.
"Não apenas as evidências implicam o ministro de Esportes russo em organizar um sistema de dopagem (...), mas também mostram que houve participação ativa e assistência do serviço secreto federal e dos centros esportivos das equipes nacionais da Rússia. A Wada pede ao movimento esportivo para impor as medidas mais duras possíveis para proteger esportistas limpos na Rio-2016", afirmou Craig Reedie, presidente da Wada, em comunicado.
A repercussão, claro, foi imediata. Países como EUA e Canadá entraram com pedido de exclusão da delegação russa nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, com anuência da Wada - lembrando que a equipe de atletismo já havia sido suspensa pela IAAF. O COI argumentou que o relatório é "um ataque chocante e sem precedentes à integridade do esporte e dos Jogos Olímpicos". O Comitê Olímpico Russo afirmou que é uma "campanha" dos EUA contra a Rússia.
O fato é que a investigação continua e, ao tudo que indica, o esporte russo se complica cada vez mais. Pode ser que o país não seja suspenso para os Jogos do Rio de Janeiro, mas certamente os resultados obtidos em Sochi ficarão sob suspeitas por muito tempo.
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