Guilherme já ocupa o posto de melhor esquiador do país, aos 17 (divulgação/CBDN) |
"Fico feliz de olhar para o auditório e ver tantos jovens atletas presentes. A tônica dessa temporada pós-olímpica foi o rejuvenescimento das nossas equipes", comentou Stefano Arnhold, presidente da CBDN, no discurso da Cerimônia de Encerramento da temporada 2014/2015. Como se vê, mesmo comemorando os resultados no presente, é o futuro que está na cabeça dos dirigentes de neve do país.
A questão do surgimento de novos atletas realmente foi o assunto principal entre os atletas, diretores e convidados presentes na Cerimônia, realizada no último dia 15 de junho, no Clube Pinheiros, em São Paulo. O evento, já tradicional no calendário da entidade, premiou os melhores nomes da temporada e encerrou a semana de treinos físicos.
Aliás, foram os bons resultados conquistados recentemente que empurraram para a CBDN a necessidade de se olhar com outros olhos para o futuro. Guilherme Grahn, por exemplo, se transformou no primeiro esquiador do país a quebrar a casa dos 40 pontos FIS - antes mesmo de completar 18 anos. Já os meninos de cross-country provenientes do projeto Ski na Rua se aproximam do índice olímpico B e Gabriela Neres possui desempenho de campeã no tiros do Biatlo.
"Eu acho muito legal ver essa nova geração surgindo. A Gabi [Gabriela Neres] e a Bruna [Moura, também integrante de biatlo] conseguiram bons resultados e certamente vai ajudar bastante no desenvolvimento das modalidades de neve do Brasil", afirma Jaqueline Mourão, uma das lendas do esporte brasileiro e presente nos testes físicos para mais um ciclo olímpico.
Ela, aliás, integra a "velha guarda", por assim dizer, das modalidades de neve, ao lado de Isabel Clark, Leandro Ribela e Jhonatan Longhi (ainda que este tenha menos de 30 anos). Eles seguem competindo muito bem, mas é improvável imaginá-los na briga olímpica em 2022, por exemplo. Uma renovação já era necessária, pois evitaria uma transição feita às pressas no próximo ciclo olímpico.
Foi com essa preocupação que nasceram os business plans, documentos estratégicos da entidade voltados para garantir uma evolução contínua do Brasil nos esportes de neve. A meta é transformar o país em potência olímpica até os Jogos de 2026 - algo que só será possível com a evolução dessa molecada que está chamando a atenção ultimamente.
"Em alguns momentos só tínhamos um atleta por modalidade, mas agora temos vários jovens muitos talentosos. Essa geração abriu o caminho, mas os garotos estão conquistando resultados impressionantes", comemora Stefano, lembrando do feito de Rhaick Bonfim - com apenas três dias na neve, ele venceu a Copa Patagônica infantil de esqui cross-country contra 42 atletas chilenos e argentinos.
O primeiro passo para a consolidação dos jovens começa justamente no próximo mês, com a temporada sul-americana e as disputas dos campeonatos brasileiros. Só lembrando que este é o último período "morno" nos esportes de inverno. A partir de agosto de 2016 já entraremos em um período pré-olímpico e a convivência entre novatos e veteranos tende a ficar mais duradoura.
Rhaick (à dir) arrancou elogios de Stefano (divulgação/CBDN) |
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