Rumores e novidades na patinação artística no gelo

David Liu faz última prova de figura compulsória da história, em 1990
(figureskating.about.com)

Foi uma semana em que os bastidores da patinação artística ferveram em federações nacionais e internacionais. Em meio à disputa do Mundial adulto em Oberstdorf, na Alemanha, surgiu uma bomba que deixou muitos fãs assustados: a categoria Dança no Gelo, uma das mais lindas do programa olímpica, corria risco de ficar de fora em Pyeongchang-2018.

O boato se espalhou rapidamente nas mídias sociais, o que fez a ISU soltar uma declaração oficial imediata para acalmar todos os ânimos. Por mais que o COI realmente esteja revendo o programa olímpico para 2018, a União Internacional de Patinação garante que a exclusão da categoria não é um dos tópicos do debate. Diz a nota: 

"Não há nenhuma verdade nisso. A revisão do programa olímpico para os Jogos de 2018 ainda está em andamento e uma decisão final será tomada na próxima reunião do Comitê Executivo do COI entre os dias 7 e 8 de junho de 2015. O COI confirma que dentro desse processo de revisão há muitos pontos e que não está incluído a remoção da Dança no Gelo do Programa Olímpico".


Informação desmentida categoricamente, mas confesso que fico com uma pulga atrás da orelha. Se tem uma coisa que aprendi no universo esportivo é que onde há fumaça, sempre tem uma chama. 

Em todo o caso, na mesma semana surgiu uma notícia lá nos EUA: a disputa de um campeonato mundial de figuras compulsórias. O evento, não chancelado pela ISU, já tem até data: 25 a 29 de agosto em Lake Placid, nos EUA. As federações norte-americana e canadense são as que encamparam a ideia. 

A categoria figura compulsória está na base da patinação artística no gelo e foi muito popular, principalmente no início do século 20. Basicamente, os atletas precisavam realizar manobras obrigatórias e executavam figuras no gelo com seus patins. O objetivo, claro, era avaliar a técnica da pessoa enquanto patinador (fãs que leem este post e conhecem mais sobre o assunto podem me corrigir à vontade!).

A questão é que, a partir da década de 60, a categoria perdeu apoiadores. Apenas para se ter uma ideia, em 1968 a execução de figuras compulsórias correspondia a 50% da nota. Vinte anos depois, era de 20%. Em julho de 1990, a ISU, após votação de seus membros, resolveu extinguir a categoria de uma vez por todas. Dessa forma, uma geração inteira de atletas e torcedores não fazem a mínima ideia do que seja essa disputa (eu me incluo nisso).

O fato é que a expansão artística da modalidade nos últimos anos gerou um debate curioso e importante. Estaria a técnica sendo deixada de lado para privilegiar competidores mais performáticos, mas não tão brilhantes na patinação em si? É no meio desse caldeirão que retorna uma disputa internacional de figuras compulsórias.

O torneio deve reunir não mais do que 16 pessoas entre homens e mulheres. Pelo que vi, apenas atletas que competiram antes de 1992 ou que passaram pelos testes específicos das federações do Canadá e EUA podem participar. O Brasil Zero Grau ficará de olho nesta polêmica. 

Sem brasileiro

Você viu aqui que o brasileiro Jorge Alves de Lima estava inscrito para a disputa do Mundial adulto de patinação artística no gelo. Comentei que seria sua segunda participação com a bandeira brasileira e ele buscaria o sexto título mundial. Entretanto, por motivos que ainda serão melhores apurados, o competidor não participou das provas na Alemanha. Uma pena, pois ele certamente era favorito à medalha de ouro. 

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