Bandeira olímpica em Sochi (Divulgação/IOC) |
O blog demorou para entrar no tema justamente por ler muitas fontes e tirar dúvidas. No fim de outubro, o Comitê Olímpico Internacional discutiu 40 pontos que integram o projeto "Agenda Olímpica 2020". O objetivo é realizar algumas mudanças profundas no movimento olímpico e limpar o nome da instituição após as últimas polêmicas.
As reformas foram aceleradas por um único motivo: a desistência de Oslo aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022. Após pressão popular e até de parte do governo, a capital norueguesa abriu mão da sede, deixando apenas Pequim (China) e Almaty (Cazaquistão) como interessadas. É o menor número desde que os Jogos Olímpicos se transformaram em algo mundial e profissional.
A forma de escolha da sede é apenas um dos vários problemas que países apontam atualmente. Os enormes custos para construção de arenas e outras obras (só em Sochi foram US$ 50 bilhões) afastam cidades em crise econômica. A falta de legados sociais e ambientais também joga contra o COI - veja mais aqui e aqui.
Por conta disso, os 40 pontos tentam solucionar todas essas questões. Quanto ao processo de escolha da sede, o Comitê Internacional pensa em convidar países e atuar como consultor, e não simplesmente como juiz de projetos.
"No futuro, queremos convidar cidades com potencial para uma candidatura a estudar como os Jogos Olímpicos podem se inserir em seu ambiente social, esportivo, econômico e ecológico. Só depois elas apresentariam seu plano para nós. Aí o COI estará pronto para conversar e para dar conselhos ao invés de simplesmente julgar o que for apresentado", surpreendeu Thomas Bach, presidente da entidade.
Ele identificou os recados dados pelas candidatas a sede dos Jogos de 2022 e, pelo visto, está disposto a realizar algumas mudanças. Mas elas só terão sucesso se os custos realmente forem menores do que os atuais - não por acaso um outro ponto levantado no fim de outubro. A criação de um canal olímpico de TV (democratizando o movimento olímpico) e a flexibilização do programa, permitindo que esportes possam ser incluídos a cada evento, de acordo com sua popularidade no local, também são temas que serão debatidos.
O projeto Agenda Olímpica 2020 será votado no 127º Congresso do COI em Mônaco, entre os dias 8 e 9 de dezembro.
Postar um comentário