Equipe treinando no NAR, em São Paulo (Divulgação/CBDG) |
Neste fim de semana a equipe de bobsled e skeleton do Brasil esteve reunida em São Paulo para um período de avaliações físicas e técnicas. O objetivo? Traçar as metas para esta temporada e todo o ciclo olímpico. Infelizmente o Brasil Zero Grau não pôde acompanhar as atividades (faltou tempo para mim), mas na quinta-feira à noite fui até o hotel para conversar com o time e a diretoria da CBDG.
O bate-papo agradável avançou a noite e serviu para coletar informações importantes e, principalmente, conhecer pessoalmente muitos dos que são retratados aqui diariamente. Ah, também teremos um raio-x importante dos esportes de gelo para este ciclo olímpico - mas isto é assunto para os próximos posts.
O objetivo deste é detalhar um pouco do que a entidade pensa para a CBDG e que diz muito do que ela quer daqui em diante. "O nosso foco é Coreia. Tudo o que fazemos agora mira os Jogos Olímpicos de Pyeongchang", afirmou o presidente Emílio Strapasson.
Isso porque a equipe de bobsled, tanto os homens quanto as mulheres, conseguiram índice para disputar a temporada completa da Copa do Mundo da modalidade. Um convite tentador, sem dúvida. Estar entre os melhores acrescentaria experiência e milhagem para a equipe.
Porém, a longo prazo, ir de cidade em cidade a cada duas semanas não traria a evolução técnica desejada por atletas e dirigentes e ainda custaria caro para os cofres da CBDG. Portanto, o objetivo principal é criar uma espécie de centro de treinamento em alguma cidade do hemisfério norte e fazer os atletas descerem as pistas todos os dias, praticamente.
"Por conta dos Jogos Olímpicos tivemos que nos mudar várias vezes. Era necessário naquele momento, mas do ponto de vista de evolução não funciona. Queremos que nossos atletas desçam trezentas vezes por dia, se for preciso, sem se preocupar com mudanças ou qualquer outra coisa", prosseguiu Emílio.
É a velha e boa lógica do treinamento levar à perfeição. Questões como largadas e entradas nas curvas são pontos técnicos e que podem ser aperfeiçoados pelos brasileiros, tanto no bobsled quanto no skeleton. A meta é realizar de 200 a 300 descidas na temporada.
Isso, porém, não quer dizer que os brasileiros não competirão nesta temporada. O local de treinos ainda não foi definido (deve ser ou Park City ou Lake Placid, nos EUA), mas independentemente disso, a ideia é disputar as etapas da Copa América e da Copa do Mundo de bobsled que acontecerem onde o time estiver hospedado. No caso do skeleton, Francisco Irlândio e Gustavo Henke só participarão de provas regionais se elas acontecerem onde estiverem treinando. (Atualizando: Emílio entrou em contato com o blog e afirmou que o skeleton participará de provas da Copa América em Park City)
Assim, a CBDG troca a visualização midiática desta temporada por uma evolução a longo prazo e com chances de melhores resultados em 2018. É uma estratégia interessante, sem dúvida. "É a primeira vez que teremos quatro anos inteiros de competições e treinos. Isso é essencial para a gente", concluiu Edson Bindilatti, presente nos Jogos de 2002, 2006 e 2014 e que pretende continuar até 2018 como piloto da equipe.
Agora, porém, resta aguardar os resultados físicos, coordenados pelo professor Taimar Marinho. O interessante é que três novos atletas se juntaram ao time de bobsled. Jacqueline Nazaré, de apenas 17 anos, substitui Larissa Antunes. Já Dênis Parreiras e Renato Linhares integram o time masculino. Também participaram das atividades os já experientes Edson Bindilatti, Odirlei Pessoni, Edson Martins, Sally Mayara, Fabiana dos Santos e os atletas do skeleton Francisco Irlândio e Gustavo Henke.
Nos próximos dias teremos posts especiais com mais assuntos conversados na quinta-feira. Aguardem!
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