Assembleia da CBDN (Reprodução/Site Oficial) |
Stefano Arnhold ficará mais quatro anos na presidência da CBDN. A Assembleia Geral da entidade aconteceu na última quinta-feira sem qualquer alarde. A chapa única, encabeçada pelo atual presidente, o vice Karl Anders Petterson e o diretor-tesoureiro Carlos Eduardo de Barros, foi reeleita pelo próximo ciclo olímpico, com mandato até abril de 2018.
Também foram eleitos os novos membros dos Conselhos Deliberativo e Fiscal para o mesmo período. A mudança mais significativa é a mudança na presidência do CD. Laura Dalcanale, uma das fundadoras da entidade, assumirá o posto que era de Domingos Giobbi, falecido no ano passado e então presidente do órgão. Aliás, houve menção e homenagem ao homem que começou tudo isso que existe hoje em dia.
Com as contas aprovadas por unanimidade, Stefano continua no comando de uma CBDN que ele ajudou a reformular e evoluir. Somente na última temporada foram 300 provas em 20 países e três continentes, com 39 atletas competindo em 18 diferentes disciplinas. Ao todo, foram 54 medalhas conquistadas entre crianças, adultos e master. A equipe multidisciplinar chegou a 34 profissionais e 14 treinadores estrangeiros.
Bem diferente de 2002, quando assumiu uma entidade que possuía apenas alguns atletas de esqui alpino e começava a semear um trabalho no snowboard e cross-country. Não havia verba da Lei Piva, patrocínios e nem dois CT's que hoje dão condições de atletas poderem desenvolver melhor seus treinamentos e diminuir o abismo que existe entre o Brasil e países da elite. E que possibilita que uma nova geração totalmente promissora apareça e se desenvolva cada vez mais.
Por tudo isso, não dá para negar os avanços que os esportes de neve (e inverno de um modo geral) tiveram sob o comando do empresário e presidente da Tec Toy. A visão empresarial, aliás, também ajudou nessa busca por recursos em modalidades totalmente diferentes da cultura brasileira. Graças a ele o país avançou em muitos pontos.
Mas também há contradições. Sei de atletas que reclamam do presidente internamente, sobretudo referente ao repasse de verbas e da estratégia de desenvolvimento das modalidades. Muitos acham um absurdo ele investir na categoria master, por exemplo. É inegável que ele não é uma unanimidade e é bom que seja assim num estado democrático de direito.
Lamento, apenas, que os atletas descontentes não tentem acertar os ponteiros internamente. Afinal de contas, já há uma comissão de atletas encabeçada por Isabel Clark e totalmente de acordo com a nova Lei Pelé, que exige maior participação dos atletas e limita reeleição em um mandato. E, até onde posso perceber, a CBDN sempre está de portas abertas para novas ideias e sugestões.
"Estou aqui representando a voz dos atletas. Isso vai ajudar muito a unir a Confederação. As decisões são tomadas com o lado dos atletas, que agora podem participar e opinar", chegou a afirmar a snowboarder.
Com mais um ciclo olímpico pela frente, Stefano já iniciou a caminhada para Pyeongchang-2018. A meta neste restante do ano é concluir a preparação de todas as modalidades baseados em estudos científicos e traçar não só a próxima Olimpíada, como os ciclos de 2022 e 2026, a grande meta da CBDN.
"Vamos, até dezembro, finalizar os projetos de cada modalidade com estudos científicos e de viabilidade, pensando nos próximos três ciclos olímpicos. Com os objetivos traçados, voltamos passo a passo para estabelecer o que será preciso fazer para chegarmos aos Jogos de 2026 como uma nação competitiva", concluiu Stefano.
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