A presença de Josi Santos no esqui aerials dos Jogos de Sochi já seria histórica apenas pelo fato em si: é inédita para o Brasil, insere o país na modalidade e ainda coroaria um trabalho de oito meses intensos onde ela saiu do aprendizado para uma vaga olímpica.
Mas não tem só isso. Quando ela entrar hoje na pista de Rosa Khutor a partir das 11h45 (com transmissão da Record News e eu estarei nos comentários), carregará em si todas as homenagens para Lais Souza, colega de equipe que se acidentou gravemente dois dias antes da confirmação da vaga olímpica. Josi sempre confirmou que a ida dela para Rússia foi definida pela própria amiga.
Também depende dos saltos de Josi o próprio futuro do esqui aerials por aqui. O trabalho, que caminhava sem problema algum, virou alvo de contestações de ex-atletas e parte da imprensa. Eles consideram um atropelo e os mais radicais ainda acreditam que esportes de inverno é perda de tempo no Brasil. Quem acompanha este blog sabe o que penso. Basta procurar nas matérias anteriores.
O peso, claro, aumentou desde o acidente e das cobranças que surgiram após ele. De ilustre desconhecida, passou a ser procurada por jornalistas do mundo todo. Mas pouco se falou da atleta em si. Quase ninguém sabe as pretensões dela em Sochi.
Gostamos da tragédia, essa que é a verdade. Certamente a prova de esqui aerials amanhã será uma das maiores audiências dos Jogos de Inverno aqui no Brasil. A cada cinco palavras, duas serão "Lais Souza" e outra será "acidente". E como acontece nos Jogos de Verão, surgirão especialistas de todos os cantos. Se Josi for bem, é "porque treinou nos EUA e tinha que saltar bem mesmo". Se for mal, "é porque o Brasil não tem condições mesmo. Deveria investir em coisa melhor, como futebol e vôlei". Como se essas modalidades precisassem de mais investimentos!
Ninguém se colocou na pele de Josi até o momento. Imagine a cabeça dela: experiência única de treinar em uma modalidade diferente e perigosa, conhecer novos atletas, países e diferentes culturas, disputar sua primeira Olimpíada (sonho de dez entre dez pessoas que gostam de esporte) e representar o país ao mesmo tempo em que sua amiga está num hospital em Miami sem se mexer e com a grande maioria das pessoas duvidando não só da sua capacidade como também dos outros brasileiros de inverno.
"Tá na hora de mandar a ansiedade para bem longe, como diz meu véio corpo quente, cabeça fria. Falta bem pouco para a competição, estou numa mistura de muitas sensações ... Hoje o treino foi produtivo e tranquilo, amanhã será o grande dia" (sic), escreveu a atleta em sua página no Facebook.
Não é nada fácil, realmente. Por conta disso, espero que Josi faça a prova para a qual ela se preparou nos últimos oito meses, faça uma bela homenagem para a Lais e consiga aproveitar cada momento dessa espetacular experiência que ela está passando. O resto não importa mais. Voa, Josi, e seja feliz.
É a última prova da quinta participação olímpica de Jaque. A atleta, que fez história nos esportes de verão e agora faz nas modalidades de inverno, tem muito o que comemorar. Ela mostrou evolução em seus tempos, destreza na patinação e nos tiros e ganhou o respeito do cenário internacional.
A atleta, 38 anos, parece incansável. Torço para que ela tenha mais alguns anos na carreira de inverno e nos brinde com mais apresentações olímpicas!
Criaram uma celeuma desnecessária, mas agora está aí: o trenó brasileiro foi envelopado e já está pronto tanto na mecânica quanto no design para os Jogos de Inverno. Eles fugiram do tradicional amarelo, que havia resultado no apelido "Bananas Congeladas".
É para por um ponto final em todas as discussões que surgiram com o trenó sem pintura nos primeiros dias de treinos. Sem tempo, a equipe resolveu intercalar as melhorias no equipamento com os treinamentos na pista de Sochi. A ideia era justamente não perder tempo para conhecer o trajeto, onde os brasileiros nunca tinham estado antes (e memorizar a pista é essencial na pilotagem do bobsled).
Não vou negar que causa uma primeira impressão ruim, mas não podemos cair apenas no instantâneo sem analisar as causas. Ou será que o pessoal pensava mesmo que o Brasil não ia dar uma melhorada em seus trenós?
Ah, e aquela votação para os nomes das equipes brasileiras continua. Tem até um site especial para isso. Clique aqui e dê o seu voto!
Josi (Reprodução/Facebook) |
Também depende dos saltos de Josi o próprio futuro do esqui aerials por aqui. O trabalho, que caminhava sem problema algum, virou alvo de contestações de ex-atletas e parte da imprensa. Eles consideram um atropelo e os mais radicais ainda acreditam que esportes de inverno é perda de tempo no Brasil. Quem acompanha este blog sabe o que penso. Basta procurar nas matérias anteriores.
O peso, claro, aumentou desde o acidente e das cobranças que surgiram após ele. De ilustre desconhecida, passou a ser procurada por jornalistas do mundo todo. Mas pouco se falou da atleta em si. Quase ninguém sabe as pretensões dela em Sochi.
Gostamos da tragédia, essa que é a verdade. Certamente a prova de esqui aerials amanhã será uma das maiores audiências dos Jogos de Inverno aqui no Brasil. A cada cinco palavras, duas serão "Lais Souza" e outra será "acidente". E como acontece nos Jogos de Verão, surgirão especialistas de todos os cantos. Se Josi for bem, é "porque treinou nos EUA e tinha que saltar bem mesmo". Se for mal, "é porque o Brasil não tem condições mesmo. Deveria investir em coisa melhor, como futebol e vôlei". Como se essas modalidades precisassem de mais investimentos!
Ninguém se colocou na pele de Josi até o momento. Imagine a cabeça dela: experiência única de treinar em uma modalidade diferente e perigosa, conhecer novos atletas, países e diferentes culturas, disputar sua primeira Olimpíada (sonho de dez entre dez pessoas que gostam de esporte) e representar o país ao mesmo tempo em que sua amiga está num hospital em Miami sem se mexer e com a grande maioria das pessoas duvidando não só da sua capacidade como também dos outros brasileiros de inverno.
"Tá na hora de mandar a ansiedade para bem longe, como diz meu véio corpo quente, cabeça fria. Falta bem pouco para a competição, estou numa mistura de muitas sensações ... Hoje o treino foi produtivo e tranquilo, amanhã será o grande dia" (sic), escreveu a atleta em sua página no Facebook.
Não é nada fácil, realmente. Por conta disso, espero que Josi faça a prova para a qual ela se preparou nos últimos oito meses, faça uma bela homenagem para a Lais e consiga aproveitar cada momento dessa espetacular experiência que ela está passando. O resto não importa mais. Voa, Josi, e seja feliz.
Para a história
Jaqueline Mourão encerra nesta sexta-feira sua quinta participação olímpica. A brasileira participará da prova de 15 quilômetros individual no Biatlo. Ela será a 12ª a largar, com horário previsto para 12h06 no horário brasileiro de verão.É a última prova da quinta participação olímpica de Jaque. A atleta, que fez história nos esportes de verão e agora faz nas modalidades de inverno, tem muito o que comemorar. Ela mostrou evolução em seus tempos, destreza na patinação e nos tiros e ganhou o respeito do cenário internacional.
A atleta, 38 anos, parece incansável. Torço para que ela tenha mais alguns anos na carreira de inverno e nos brinde com mais apresentações olímpicas!
Envelopado
Time brasileiro e os trenós pintados (Reprodução/Facebook) |
É para por um ponto final em todas as discussões que surgiram com o trenó sem pintura nos primeiros dias de treinos. Sem tempo, a equipe resolveu intercalar as melhorias no equipamento com os treinamentos na pista de Sochi. A ideia era justamente não perder tempo para conhecer o trajeto, onde os brasileiros nunca tinham estado antes (e memorizar a pista é essencial na pilotagem do bobsled).
Não vou negar que causa uma primeira impressão ruim, mas não podemos cair apenas no instantâneo sem analisar as causas. Ou será que o pessoal pensava mesmo que o Brasil não ia dar uma melhorada em seus trenós?
Ah, e aquela votação para os nomes das equipes brasileiras continua. Tem até um site especial para isso. Clique aqui e dê o seu voto!
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