O gol que deu o ouro ao Canadá (Mark Blinch/AFP/Getty Images) |
A quinta-feira foi o dia das mulheres canadenses. Em dois dos esportes mais legais dos Jogos Olímpicos, e nos quais as mulheres lutaram bastante para poder disputar, as equipes do Canadá conseguiram a medalha de ouro. Foram seis disputas de medalhas que também comprovaram o crescimento da Noruega e EUA no quadro de medalhas. Vamos aos resumão olímpico de Sochi.
Curling feminino
Nesta quinta-feira aconteceram as finais da disputa feminina. O dia começou com a disputa de bronze entre Reino Unido e Suíça. Após um erro grotesco da capitã Mirjam Ott, a experiente seleção da Suíça parecia ter se recuperado e dava pinta de que conquistaria a medalha.Mas o jovem time britânico mostrou que não é atual campeão mundial à toa. Lideradas por Eve Muirhead, elas forçaram novamente a Suíça ao erro, apostando no psicológico delas. Deu certo. Na reta final, o Reino Unido retomou a vantagem e fechou em 6 a 5 no último end.
Horas depois, Suécia e Canadá se enfrentaram na final com a promessa de uma partida equilibrada: de um lado as suecas, atuais bicampeãs olímpicas. Do outro, a equipe canadense que havia vencido as dez partidas dos Jogos de Sochi.
A partida se desenvolveu da forma como esperava até o nono end. Na ocasião o Canadá vencia por 4 a 3 e o último lançamento era sueco. Mas aí foi a vez da capitã escandinava errar e em vez de empatar, cedeu mais dois pontos para as rivais. Foi só administrar a vantagem para confirmar o ouro perfeito, com 100% de aproveitamento.
Hóquei no gelo feminino
O roteiro é praticamente o mesmo das Olimpíadas anteriores, mas nem por isso deixa de ser emocionante. Canadá e EUA se enfrentaram na final do hóquei no gelo feminino e pelo quarto ano seguido o ouro ficou com as canadenses.Mas não foi nada fácil esse tetracampeonato. No início do terceiro e último período as norte-americanas fizeram 2 a 0 e pareciam que acabariam com essa hegemonia. Ledo engano. Com quatro minutos para o fim, o Canadá descontou. Com 55 segundos para o fim, conseguiu o empate com Marie Philip Poulin.
A partida foi para o overtime (prorrogação) e novamente brilhou a estrela de Marie Philip Poulin. Ela marcou o terceiro gol canadense e garantiu mais uma medalha de ouro para o país. Antes, na disputa pelo bronze, a Suíça surpreendeu a Suécia e conseguiu vencer por 4 a 3.
Esqui livre Halfpipe feminino
Se o Canadá conseguiu dois ouros, os EUA também subiram no quadro de medalhas graças novamente aos esportes radicais. O mais recente triunfo veio com Maddie Bowman no esqui livre halfpipe, modalidade que estreia nos Jogos de Inverno.A atleta, que era cotadíssima ao ouro, confirmou seu favoritismo ao conquistar a excelente nota de 89 pontos na sua segunda apresentação na final. Aliás, ela foi muito regular também: todas as quatro apresentações que ela fez (duas nas classificatórias e duas na final) foram acima de 85 pontos.
A prata ficou com a francesa Marie Martinod e consagra sua história fantástica. Uma das principais atletas da modalidade nos anos 2000, ela largou o esporte em 2007 para montar um bar na França com o namorado e realizar o sonho de ser mãe. Porém, em 2011 o halfpipe foi incluído nos Jogos e ela foi incentivada justamente pela canadense Sarah Burke, estrela da modalidade que faleceu um ano depois durante treinamento, a competir novamente. Realmente um desempenho fantástico. Já o bronze foi da japonesa Ayana Onozuka.
Esqui livre cross masculino
Em outra modalidade radical que deu medalhas nesta quinta-feira o domínio foi totalmente francês. O país conquistou ouro, prata e bronze no esqui cross masculino.A medalha dourada ficou para o grande favorito da prova. Jean Frederic Chapuis liderou de ponta a ponta todas as suas baterias e não deu chances para os adversários. A prata ficou para Arnaud Bovolenta, que soube tirar proveito da queda de alguns favoritos. Por fim, Jhonatan Midol, que nunca tinha passado para qualquer final, ficou com o bronze e coroou a grande surpresa do dia no esporte.
Aliás, foi nessa prova que veio a imagem mais impressionante desta quinta-feira. Na chegada da bateria para as quartas de final, três dos quatro atletas caíram na última rampa e cruzaram a linha de chegada deitados ao mesmo tempo. Sorte do russo Korotkov, que mergulhou com os braços abertos e avançou para a semi por conta de uma mão.
A chegada mais impressionante dos Jogos (Reprodução/Facebook) |
Combinado nórdico por equipes
Na última disputa do Combinado Nórdico, a Noruega voltou a mostrar força nos chamados esportes nórdicos. O país conquistou o ouro na prova por equipes. A prova consiste em uma prova de saltos e outra de esqui cross-country.A Noruega, com seus quatro atletas, cruzaram a linha de chegada com 47min13seg5, apenas três décimos de segundos à frente da equipe alemã, liderada por Eric Frenzel. A medalha de bronze foi da Áustria, três segundos atrás. O interessante é que a França, favorita ao ouro, ficou na quarta posição. Dessa forma, o multicampeão Jason Lamy Chapuis, candidato a abocanhar vários medalhas em Sochi, volta para casa sem conquistar um bronze sequer.
Patinação Artística feminina
Campeã (Adrian Denis/AFP/Getty Images) |
E ela teve que superar nada menos do que a campeã mundial Yuna Kim, da Coreia do Sul, e que havia vencido o programa curto. Mas no programa longo Sotnikova marcou incríveis 149.95 pontos (75.54 nos elementos técnicos e 74.41 na composição do programa), conquistando 224.59 pontos no total e garantindo o ouro com certa folga.
Yuna Kim teve que se contentar com a medalha de prata ao somar 219.11 pontos nas suas duas apresentações. O bronze foi da italiana Carolina Kostner, com 216.73. Interessante notar também a reação da japonesa Mao Asada. Cotada ao ouro, ela ficou apenas na 16ª posição do programa curto, mas fez a terceira melhor nota no programa longo e pulou para a sexta colocação na classificação final.
A vitória de Adelina Sotnikova, em minha opinião, é, mais uma vez, consequência da manipulação de resultados. Isso me faz lembrar das Olimpíadas de Moscou - 1980 - quando o mesmo ocorreu na Ginástica Artística (na época chamada de Ginástica Olímpica).
ResponderExcluirMuita coincidência esse tipo de manipulação de resultados ocorrerem em mesmo solo, e, mais uma vez, em favor de uma atleta russa, não é mesmo?!...
Yuna Kim é, para mim, e para milhares de pessoas, ao redor do mundo, o verdadeiro ouro olímpico de Sochi.
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