Gustavo no sit-ski: integrante do Ski na Rua (Reprodução/Facebook) |
Leandro Ribela já está em Sochi. Cravou o índice B olímpico em provas de sprint e distance na última temporada e já se prepara para sua segunda participação olímpica. Mas não é só isso que o coloca como um dos principais entusiastas dos esportes de inverno aqui no Brasil.
Com apoio da CBDN, criou o Projeto Social Ski na Rua, que apresenta o cross-country e o biatlo para jovens paulistanos de baixa renda. Tudo graças ao roller ski, equipamento utilizado pela equipe brasileira para treinos fora da temporada europeia e que simula muito bem as duas modalidades.
Pois bem, o projeto que começou com 12 jovens, se eu não estiver enganado, já conseguiu levar três adolescentes para a disputa do Brasileiro de Cross Country, onde conquistaram bons tempos (relembre tudo aqui).
Resumindo, cumpre tanto seu papel social, pois as crianças frequentam a escola, passam por tratamento médico e odontológico, como também já cumpre seu papel esportivo, formando possíveis atletas.
E é pensando nessa união entre responsabilidade social e esporte que o projeto Ski na Rua já começou a dar seus primeiros passos também no esporte paralímpico. Aproveitando o sucesso de Fernando Aranha e André Cintra, brasileiros que conseguiram a classificação inédita para os Jogos Paralímpicos de Inverno no ano que vem, um aluno em especial já começa a se destacar para seguir com essa trajetória.
Gustavo Silva de Souza, 15 anos, é amputado numa das pernas, mas isso não o impede de demonstrar uma enorme habilidade no cross-country em duas versões: uma no sit-ski, uma cadeira adaptada com o roller ski embaixo, e no próprio roller ski.
É impressionante. Certamente aí estará um futuro atleta paralímpico de inverno. Basta melhorar a parte física para suportar o cross country e Gustavo certamente terá habilidade para se igualar a Fernando Aranha. Aliás, está aí um belo exemplo a ser seguido: Fernando sempre usou o esporte para superar todos os obstáculos.
Dessa forma, Leandro Ribela mostra que esportes de inverno não ficam atrás dos de verão aqui no Brasil e com um pouco de investimento e muito trabalho é possível formar atletas e, principalmente, cidadãos.
Clínicas
Mas certamente sairão atletas de lá. Além de participarem do Brasileiro de cross-country com três jovens, o Projeto Ski na Rua é figurinha carimbada nos training camps da CBDN em São Carlos, no interior paulista, onde adquirem experiência com outros membros da equipe brasileira adulta.Além disso, no último fim de semana, o atleta argentino Federico Cichero, que também estará em Sochi. Ao lado de Leandro, ele é um dos principais atletas de cross-country na América do Sul e certamente os jovens aprenderam muito nesta clínica.
Confira abaixo o vídeo de um dos treinamentos do Gustavo. Vídeo originalmente postado na página do Projeto Ski na Rua no Facebook (clique aqui).
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