(Antes de mais nada abro parênteses para tentar explicar aqui de uma vez por todas o critério de classificação olímpica. Havia muita informação desencontrada. Uns dizem que eram os 24 melhores direto do Mundial que conseguiam a vaga para Sochi, outros que isso só foi usado para distribuir cotas. No fim das contas, parece que a última é a válida. Dessa forma EUA, Canadá e Japão já haviam estourado suas cotas, ao contrário do que falei na segunda parte do guia especial, assim como Alemanha, Estônia e outros países. Em contrapartida, a Áustria e Austrália não).
O parênteses acima serve para explicar um feito histórico, mas um daqueles que merecem ser chamado como tal. A patinadora brasileira Isadora Williams, 17 anos, conseguiu a inédita classificação olímpica na patinação artística no gelo!
Será a primeira vez que a CBDG terá representantes nesta modalidade. O feito também marca o renascimento da entidade, que volta aos Jogos Olímpicos após oito anos e depois de enfrentar uma grave crise administrativa e financeira.
Mas foi difícil. Isadora não conseguiu repetir a boa apresentação no programa curto e fez 79.73 pontos no programa longo (37.63 no elemento técnico e 43.10 nos componentes do programa, com um ponto de penalização).
Ela demonstrou muito nervosismo, o que é natural quando falamos de jovens atletas e que ainda carregava tamanha responsabilidade. Não tem como se comover com a expressão do rosto de Isadora após o fim da apresentação. Ela não conseguia esconder o choro por ter acreditado que falhara na luta olímpica.
Mas não falhou. Somando as duas apresentações ela fez 130.08 pontos, o suficiente para dar a 12ª posição na classificação final. A vencedora foi a russa Elena Radionova, 14 anos, que fez 188.21 pontos e foi a melhor tanto no programa curto quanto no longo.
Mas a classificação final é o que menos interessa no momento. Descontando os remanejamentos, Isadora ficou com a sexta e última vaga para os Jogos Olímpicos de Sochi! Pela realocação oficial, a australiana Broklee Han, a georgiana Elene Gedevanishvili, a norueguesa Anne Gjersem, a austríaca Kerstin Frank e a tcheca Elizaveta Ukolova também carimbaram passaporte para a Rússia.
A classificação olímpica soma-se a outros feitos da brasileirinha que nasceu nos EUA e está aprendendo português. Ela conquistou a primeira medalha brasileira em torneios internacionais de patinação artística no gelo e detém o melhor resultado do país em Mundial Senior.
O feito de Isadora também diminui preconceitos que ainda existem com os brasileiros nos esportes de inverno. Ela está na elite mundial e terá que merecer novos olhares de juízes, empresários, dirigentes e até mesmo de nós, brasileiros. Ainda é comum vermos comentários do tipo "ah, mas ela só compete pelo Brasil porque não conseguiria a vaga pelos EUA".
Chega. Seja nos pulos no ringue de patinação, nas lágrimas que caem pelo rosto dela ou pelos feitos com a nossa bandeira, Isadora Williams já entrou num seleto grupo que merece respeito. O grupo de atletas que faz história pelo Brasil!
Parabéns Isadora, família e CBDG. Hoje o dia é de comemorar!
Ela fez história (Reprodução/Facebook) |
Será a primeira vez que a CBDG terá representantes nesta modalidade. O feito também marca o renascimento da entidade, que volta aos Jogos Olímpicos após oito anos e depois de enfrentar uma grave crise administrativa e financeira.
Mas foi difícil. Isadora não conseguiu repetir a boa apresentação no programa curto e fez 79.73 pontos no programa longo (37.63 no elemento técnico e 43.10 nos componentes do programa, com um ponto de penalização).
Ela demonstrou muito nervosismo, o que é natural quando falamos de jovens atletas e que ainda carregava tamanha responsabilidade. Não tem como se comover com a expressão do rosto de Isadora após o fim da apresentação. Ela não conseguia esconder o choro por ter acreditado que falhara na luta olímpica.
E dizem que ela não ama o Brasil. Triste após não ter feito boa apresentação (Reprodução) |
Mas não falhou. Somando as duas apresentações ela fez 130.08 pontos, o suficiente para dar a 12ª posição na classificação final. A vencedora foi a russa Elena Radionova, 14 anos, que fez 188.21 pontos e foi a melhor tanto no programa curto quanto no longo.
Mas a classificação final é o que menos interessa no momento. Descontando os remanejamentos, Isadora ficou com a sexta e última vaga para os Jogos Olímpicos de Sochi! Pela realocação oficial, a australiana Broklee Han, a georgiana Elene Gedevanishvili, a norueguesa Anne Gjersem, a austríaca Kerstin Frank e a tcheca Elizaveta Ukolova também carimbaram passaporte para a Rússia.
A classificação olímpica soma-se a outros feitos da brasileirinha que nasceu nos EUA e está aprendendo português. Ela conquistou a primeira medalha brasileira em torneios internacionais de patinação artística no gelo e detém o melhor resultado do país em Mundial Senior.
O feito de Isadora também diminui preconceitos que ainda existem com os brasileiros nos esportes de inverno. Ela está na elite mundial e terá que merecer novos olhares de juízes, empresários, dirigentes e até mesmo de nós, brasileiros. Ainda é comum vermos comentários do tipo "ah, mas ela só compete pelo Brasil porque não conseguiria a vaga pelos EUA".
Chega. Seja nos pulos no ringue de patinação, nas lágrimas que caem pelo rosto dela ou pelos feitos com a nossa bandeira, Isadora Williams já entrou num seleto grupo que merece respeito. O grupo de atletas que faz história pelo Brasil!
Parabéns Isadora, família e CBDG. Hoje o dia é de comemorar!
Vou confessar que sempre pensei que um dos principais fatores que achei que ela competisse pelo Brasil fosse a qualificação olímpica, já que competindo pelos EUA seria muito mais difícil conseguir a vaga. Afinal, o que leva uma americana de nascença e criação competir por um país que até então nem nunca havia pisado, que não tem boa estrutura para esportes de verão quanto mais de inverno (este praticamente inexistente no Brasil) sendo que poderia competir pela maior potência esportiva do globo. Com o tempo, fui acompanhando melhor a Isadora e percebi que ela realmente sente-se brasileira. Percebi a felicidade dela em estar no Rio de Janeiro a poucos meses. E percebi que há muita pureza e ideologia nesta menina. Estou imensamente feliz e sinto me orgulhoso por ser representado por Isadora. E um tanto vexado pelo meu pensamento anterior em relação a ela. Se o COB compreender a importância do que ela fez pelo Brasil, há colocará carregando nossa bandeira na Cerimônia de Abertura de Sochi 2014.
ResponderExcluirOlá Hildebrando,
ResponderExcluirÉ comum fazermos esse pensamento aqui no Brasil. Mas posso te garantir que tanto a CBDN quanto a CBDG só registram atletas que possuem descendência brasileira e que não procuraram seus países de origem. Isso é norma! E qto a Isadora, a graça dela está aí: ela tinha totais condições de representar os EUA, mas desde menina deixou claro que queria representar o Brasil e fazer história aqui. Ela merece todo o apoio dos brasileiros! Obrigado pela visita!
Você tem o link do video da apresentação completa do Isadora
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