Divulgação/CBDN |
Seria a sua terceira edição de Jogos Olímpicos. Marca muito boa para uma atleta que ainda está na flor da idade, aos 24 anos.
Mas um ano após a decepção de Londres, o sonho da terceira participação olímpica volta se tornar possível para Lais. Nesta segunda-feira, dia 8 de julho, ela embarca para os Canadá, onde realizará cinco meses de treinamentos e adaptações no esqui livre aerials, um dos esportes mais radicais dos Jogos Olímpicos de Inverno.
A brasileira ficará até novembro participando de training camps com o técnico Ryan Snow, contratado pela CBDN para divulgar e difundir a modalidade de aerials aqui no Brasil.
O objetivo maior, claro, é a participação nos Jogos de 2018, mas há uma esperança, ainda que remota, de uma possível vaga já para Sochi, em fevereiro de 2014. Lais terá cinco meses de treinos e dois de competições para cravar o índice olímpico. Um feito, convenhamos, nada fácil. Ainda mais para quem nunca esquiou na vida.
"Não sei até que ponto dá para falar sobre desempenho. Preciso sentir o treinamento para poder falar. A adaptação vai acontecer, tenho certeza. Mas que está gostoso imaginar a vaga olímpica, isso está. Dá vontade de sonhar sim", comentou a atleta com exclusividade ao Blog Brasil Zero Grau.
A reviravolta na vida esportiva de Lais começou no dia 31 de maio. A atleta foi convidada pela Confederação para participar da seletiva de esqui aerials, realizado em São Roque. A modalidade exige acrobacias e saltos, algo que ela tem de sobra.
Recuperando-se de lesão na ginástica, e disposta a tirar uma temporada para realizar outras atividades, Lais se aventurou. "Esse ano escolhi para ser mais tranquilo, mas consegui fazer tudo o que o treinador pediu na seletiva. Tive algumas dificuldades que poucos perceberam, mas consegui fazer todos os movimentos".
Recebendo orientações (Divulgação/CBDN) |
Pesa a favor da ginasta sua longa experiência de serviços prestados ao esporte brasileiro. São duas participações olímpicas, em Atenas e Pequim. Duas edições dos Jogos Pan-Americanos, com medalhas. Conquistas em Copas do Mundo em diversas temporadas e uma incrível quarta posição no salto sobre o cavalo no Mundial de ginástica em 2006.
Há os contratempos, evidente. Os números acima poderiam ser maiores caso a ginasta não sofresse com as constantes lesões. Foram dez cirurgias ao todo.
Há também o receio da troca de um esporte de verão pelo de inverno. A prática é comum na maioria dos países, mas Lais terá que correr contra o tempo para se aclimatar com a baixa temperatura e com os esquis.
"Confesso que nunca tinha esquiado mesmo. Só vivência com a CBDN. Mas aprender a esquiar perto do que já vivenciei é fácil. Essa adaptação e mudança do clima é com treinamento. Sinto que vai dar certo", afirmou.
Tão certo que Lais cogita dividir sua vida esportiva entre ginástica e esqui aerials nos próximos anos. A própria entidade possui na figura de Jaqueline Mourão um exemplo vivo. Jaque escreveu seu nome na história do ciclismo e cross country e intercalou duas Olimpíadas de verão com duas de inverno.
"Gostaria de continuar. O aerials é um esporte que precisa de dedicação. Mas com tantos anos na ginástica, o treino na modalidade passa a ser menor. Então posso conseguir conciliar sim".
Isso não quer dizer, claro, que ela pretende abandonar a ginástica ou trocar simplesmente de esporte ("na verdade a ginástica sempre fica no coração", reconheceu). É apenas aquele sentimento gostoso de estar fazendo algo novo por seu país. Com a certeza de que bons frutos serão colhidos nesta caminhada.
"Foi uma surpresa para mim. Estou ansiosa para que chegue logo, mas também um pouco receosa. Acredito que será uma experiência legal e espero ter o mesmo sucesso da ginástica", concluiu.
Com o técnico Ryan Snow, aprendendo esquiar (Divulgação/CBDN) |
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