Marcos Batista (de boné azul) na festa da CBDN (Renato Leite Ribeiro/CBDN) |
Marcos Batista não está feliz. Na sua página no Facebook o atleta mostrou seu descontentamento com o repasse de verbas da CBDN, com o Ministério do Esporte e até com portais de notícias do Brasil.
Mas a questão envolve muito mais do que simplesmente o repasse de dinheiro para poder treinar, competir e manter vivo o sonho olímpico em Sochi, no ano que vem. Dono dos melhores resultados do país no snowboard masculino, Marcos Batista quer o reconhecimento que merece. Quer ver sua modalidade lembrada pelo Ministério do Esporte. E quer mostrar que continue firme e forte em busca da vaga olímpica (apesar de muitos portais já o considerarem carta fora do baralho).
Caçada
Tudo bem que a situação é bem mais ingrata do que a tentativa de Jaqueline Mourão no biatlo. Marcos Batista é o 88º colocado no ranking do snowboard slopestyle entre os homens e apenas os 24 melhores garantem vaga nos Jogos Olímpicos (modalidade estreia no programa olímpico).(Atualizando: confundi as modalidades. Marcos Batista é o 79º no ranking FIS e ao contrário do snowboardcross, são os 30 melhores que garantem vaga nos Jogos de Sochi, e não os 24! Preciso estudar mais também sobre o slopestyle. Falha nossa! Desculpe-me e obrigado, Marcos!)
Não bastasse isso, ele próprio admite que os resultados da última temporada no hemisfério norte não foi dos melhores. "No hemisfério norte a temporada foi bastante longa. Os resultados não foram dos melhores. Poderia ser melhor, mas deu para ter resultado positivo". afirmou o atleta ao Blog.
Mas os feitos do brasileiro também não são poucos. Melhor sul-americano no ranking olímpico, ele conquistou cinco pódios na temporada da América do Sul no ano passado. Pontuou em quase todas as etapas da Copa do Mundo e esteve presente nos últimos dois Mundiais. Qualidades e resultados que o credenciam sim para a disputa olímpica.
"Não está fácil, eu diria. Mas impossível não está. Enquanto tiver 1% de chance eu vou juntar todas as forças para buscar essa vaga", comentou.
Força e dedicação que ele deve tirar das montanhas japonesas, onde mora desde garoto. É lá que veio o contato com o snowboard e a iniciativa de defender as cores brasileiras. E é de lá que ele sempre sai para competir ao redor do globo nesta caçada ao sonho olímpico.
Na próxima temporada ele terá que sair, pelo menos, cinco vezes do Japão e competir em etapas da Copa do Mundo. Também planeja atividades nos Estados Unidos, nos summer campings realizados pelo país norte-americano. Iniciativas que ajudam a diminuir a distância dele em relação a seus concorrentes.
Tanto que primeira competição será logo em agosto. Enquanto a temporada sul-americana estiver no auge, ele irá para a Nova Zelândia, na abertura da Copa do Mundo desta temporada olímpica.
"A próxima competição será em agosto, no meio do ano. Talvez eu vá treinar no Estados Unidos"
É o pontapé inicial na busca por Sochi. É a chance de incluir seu esporte no vocabulário não só do Ministério do Esporte, mas também de todos os brasileiros.
Confira entrevista de Marcos Batista ao Blog. Infelizmente por problemas no gravador o áudio ficou um pouco rápido em algumas ocasiões:
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