Está lá, no jornal Extra, em matéria assinada por Roberta Hoertel: a cidade do Rio de Janeiro deverá ganhar uma pista de esqui e snowboard até 2016, ano em que acontecerão os Jogos Olímpicos de Verão na cidade. O projeto faz parte do planejamento do novo Parque Madureira.
Ao que tudo indica a pista terá 125 metros de comprimento e será de teflon com polímeros umedecidos. A irrigação da água fará os esquis e as pranchas deslizarem como se estivessem na neve. A meta é deixar a pista aberta a toda população.
A ideia é boa, mas não é inédita aqui no Brasil. Vale lembrar que em São Roque, aqui no interior paulista, tem uma pista semelhante a que querem montar no Rio de Janeiro. Lá, entretanto, pertence a um parque e você precisa pagar para deslizar. Eu estive lá em 2011 e admito: compensa muito pagar e sentir na pele um pouco o que nossos heróis de inverno passam diariamente.
A intenção é válida pois daria à CBDN, que controla os esportes de neve, mais uma ferramenta de divulgação e popularização do esqui alpino, esqui livre e snowboard, principalmente. Até porque a própria confederação já fez ações em São Roque, aproveitando a pista de lá (até 2011 existia o Desafio Snowboard, que atraía um número considerável de atletas).
Mas quando se trata de promessas do governo carioca eu sempre fico com um pé atrás, para falar a verdade. Morando em Bauru eu não posso e não devo fazer juízo de valor, mas algumas ações realmente me entristeceram nos últimos tempos.
Dá até para fazer uma pequena lista: demolição do autódromo de Jacarepaguá e a não construção de outro na cidade (que era a promessa oficial); demolição do Velódromo, da escola de atletismo Célio de Barros, a não utilização do Maria Lenk, interdição do Engenhão após seis anos de uso... enfim, motivos não faltam para desconfiar.
Curiosamente no mesmo dia saiu um release da agência Contrapé de Jornalismo exaltando as facilidades que uma pista de pushing poderia fazer aos treinamentos dos atletas brasileiros no bobsled. A modalidade corre contra o tempo para tentar classificação nos Jogos Olímpicos de Sochi, em 2014.
Tanto que mesmo após o fim de temporada no hemisfério norte a equipe passa por treinamentos orientados pelo técnico Cristiano Paes, que mora no Canadá, mas passa treinos pela internet e vem periodicamente ao Brasil para acompanhar de perto as atividades físicas.
A pista de pushing é uma reivindicação antiga da CBDG pois o custo não é tão grande e ajudaria muito um país sem incidência de neve. A obra nada mais é do que um trilho de metal onde fica um carrinho que simula o trenó. A extensão na passa dos 80 metros e serve apenas para treinar as largadas, a parte mais importante numa competição de bobsled.
"Nem na Europa e nem no Canadá é inverno o tempo todo. Nos meses de verão, os atletas treinam em pistas de empurradas, com o carrinho deslizando sobre trilhos e os atletas ao lado, correndo em uma pista de borracha", afirmou o técnico Cristiano Paes pelo release.
Neste ano já houve uma pequena evolução com os carrinhos utilizados na seletiva realizada em janeiro. O carrinho é uma estrutura de ferro com anilhas de peso, que simulam também a largada.
"Antes a gente empurrava moto, carro…. Agora, treinamos mais perto da realidade. É claro que não dá para fazer o treino dos dois ou dos quatro atletas entrando nos carrinhos, mas fica mais próximo. Mas a pista de pushing poderia aproximar o Brasil de outras seleções", confirmou Edson Bindilatti, o piloto da equipe.
Apesar de não ser tão caro, a confederação de gelo precisa de um parceiro para bancar este sonho de consumo. Envolvida numa crise administrativa e política, a entidade não tem recursos oficiais e seus próprios atletas precisam correr atrás de patrocinadores para se manterem em atividade.
Espero mesmo que a pista de esqui saia do papel e de pushing do bobsled possa ser concretizada. Assim, quem sabe, o Brasil pode começar a bater no peito e afirmar que é, de fato, uma nação esportiva.
Visita do autor à pista de São Roque (Arquivo Pessoal) |
A ideia é boa, mas não é inédita aqui no Brasil. Vale lembrar que em São Roque, aqui no interior paulista, tem uma pista semelhante a que querem montar no Rio de Janeiro. Lá, entretanto, pertence a um parque e você precisa pagar para deslizar. Eu estive lá em 2011 e admito: compensa muito pagar e sentir na pele um pouco o que nossos heróis de inverno passam diariamente.
A intenção é válida pois daria à CBDN, que controla os esportes de neve, mais uma ferramenta de divulgação e popularização do esqui alpino, esqui livre e snowboard, principalmente. Até porque a própria confederação já fez ações em São Roque, aproveitando a pista de lá (até 2011 existia o Desafio Snowboard, que atraía um número considerável de atletas).
Mas quando se trata de promessas do governo carioca eu sempre fico com um pé atrás, para falar a verdade. Morando em Bauru eu não posso e não devo fazer juízo de valor, mas algumas ações realmente me entristeceram nos últimos tempos.
Também é possível utilizar neve (Arquivo/Gustavo Longo) |
Curiosamente no mesmo dia saiu um release da agência Contrapé de Jornalismo exaltando as facilidades que uma pista de pushing poderia fazer aos treinamentos dos atletas brasileiros no bobsled. A modalidade corre contra o tempo para tentar classificação nos Jogos Olímpicos de Sochi, em 2014.
Tanto que mesmo após o fim de temporada no hemisfério norte a equipe passa por treinamentos orientados pelo técnico Cristiano Paes, que mora no Canadá, mas passa treinos pela internet e vem periodicamente ao Brasil para acompanhar de perto as atividades físicas.
A pista de pushing é uma reivindicação antiga da CBDG pois o custo não é tão grande e ajudaria muito um país sem incidência de neve. A obra nada mais é do que um trilho de metal onde fica um carrinho que simula o trenó. A extensão na passa dos 80 metros e serve apenas para treinar as largadas, a parte mais importante numa competição de bobsled.
"Nem na Europa e nem no Canadá é inverno o tempo todo. Nos meses de verão, os atletas treinam em pistas de empurradas, com o carrinho deslizando sobre trilhos e os atletas ao lado, correndo em uma pista de borracha", afirmou o técnico Cristiano Paes pelo release.
Cristiano conversa com time masculino (Reprodução/Facebook) |
"Antes a gente empurrava moto, carro…. Agora, treinamos mais perto da realidade. É claro que não dá para fazer o treino dos dois ou dos quatro atletas entrando nos carrinhos, mas fica mais próximo. Mas a pista de pushing poderia aproximar o Brasil de outras seleções", confirmou Edson Bindilatti, o piloto da equipe.
Apesar de não ser tão caro, a confederação de gelo precisa de um parceiro para bancar este sonho de consumo. Envolvida numa crise administrativa e política, a entidade não tem recursos oficiais e seus próprios atletas precisam correr atrás de patrocinadores para se manterem em atividade.
Espero mesmo que a pista de esqui saia do papel e de pushing do bobsled possa ser concretizada. Assim, quem sabe, o Brasil pode começar a bater no peito e afirmar que é, de fato, uma nação esportiva.
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