No dia 14 de novembro de 2012, você viu no Blog Brasil Zero Grau que a CBDG, ainda sob a presidência de Eric Maleson, possuía planos para montar um time de hóquei no gelo. Ele chegou até a publicar o esboço da camisa brasileira no Facebook (relembre o caso aqui).
Muita coisa aconteceu depois disso. Eric foi novamente afastado pela justiça e Emílio Strapasson nomeado interventor novamente. Eles trocaram acusações públicas, muito foi dito e o interventor, e presidente em exercício, criou planos emergenciais para garantir que alguns atletas que ainda sonham com Sochi pudessem ir atrás de seus objetivos.
Por isso a seletiva para remontar o time de bobsled, a atenção para os patinadores Kevin Alves, Isadora Williams e Luiz Manella e a correria com Leonardo Raschini Alves no luge. Os outros esportes? Bom, eles teriam que esperar o próximo ciclo olímpico, o próximo presidente da confederação e torcer para que a crise financeira e administrativa diminuísse.
Mas eis que neste mês de abril, quando a maioria dos esportes de inverno já está de férias, surge uma notícia impressionante: Rio de Janeiro sediará nos dias 19 e 20 deste mês o Open Pro Ice Hockey, primeiro torneio da modalidade com premiação em dinheiro.
E muito mais do que isso. Ele servirá como seletiva para formar a seleção brasileira que disputará a primeira edição do Pan-americano de Hóquei no Gelo, que deverá acontecer em junho na Cidade do México.
Isso mesmo. Seletiva para montar uma seleção brasileira de hóquei no gelo.
(Atualizando: Gê Cardoso entrou em contato com o blog para agradecer a publicação e salientar que não é uma "Seleção Brasileira", e sim formação de apenas uma equipe para disputar uma competição. Feito o registro do coordenador e para afirmar que eu tomei a liberdade de chamar de seleção a título de figura de linguagem. Como vocês verão na sequência do texto, esta não é uma convocação "oficial")
Não há notícias de uma seleção brasileira da modalidade (pelo menos não consegui encontrar nada numa pesquisa rápida). O que existe por aqui é a variação do hóquei no gelo. A modalidade inline possui times, campeonatos e em dezembro do ano passado disputou o sul-americano com a Argentina para o Mundial de Hóquei Inline, também regulamentado pela IIHF. Mas hóquei no gelo tudo leva a crer que será a primeira vez.
"Insatisfeito com a gestão da CBDG e inconformado com essa atitude de descaso perante o esporte e, por outro lado, tendo a certeza de que o Brasil teria que ter uma equipe nesse evento importantíssimo, o Presidente da Confederação Mexicana nos fez o convite diretamente e formalmente nos convidou para levarmos uma EQUIPE Brasileira. Seremos convidados, já que hoje não existe um consenso sobre a CBDG e o Brasil não pode ficar de fora. Tanto que todos os atletas estão pagando a viagem toda. (como vc sabe, o esforço é grande)", comentou Gê Cardoso por e-mail ao Blog Brasil Zero Grau. Ele será o técnico e o coordenador desta primeira equipe
Tudo passa pela crise administrativa da Confederação, sem dúvida. Segundo o coordenador, a CBDG recebeu o convite no fim do ano passado para participar, mas sequer enviou resposta à confederação mexicana. Era de se imaginar, pois em novembro e dezembro de 2012 foi quando Eric foi afastado e Emílio assumiu como interventor.
"O primeiro convite para formação de uma Seleção Brasileira fora feito à CBDG, mas o Presidente da Confederação do México não obteve nenhuma resposta. A CBDG teve a chance de estar ativa (levando equipes para fora do Pais para competir) aproximadamente durante 5 anos e nada aconteceu. Apenas ficaram de braços cruzados e nada", prosseguiu Gê.
Enviei um e-mail ao Emílio Strapasson, interventor da CBDG, para esclarecer esse assunto, mas não obtive nenhuma resposta até a elaboração deste post.
Oito equipes (sendo duas femininas) estarão na disputa. A tabela oficial e o regulamento já estão no site do evento. Não vi informações sobre entrada para o público, mas acredito que será gratuito a quem quiser ver um pouco de gelo na cidade conhecida por suas praias e pelo sol.
É o primeiro evento de hóquei no gelo no Brasil que premiará seus campeões em dinheiro. Sem dúvida nenhuma mostra uma profissionalização crescente na organização. E como a competitividade deve ser grande, Gê Cardoso espera definir os convocados para o Pan-Americano do México.
"Como todo Técnico, tenho a base da equipe já formada em minha cabeça (jogadores que atuam em equipes do exterior também estao nessa base), além de jogadores que hoje integram a Seleção Brasileira de In-line Hockey. O time vai bem. Esse evento servirá como seletiva para me ajudar na formação dessa EQUIPE Brasileira", afirmou.
O Pan-americano no México também enfrentou alguns problemas. Previsto para acontecer em março, ele foi adiado para abril e agora para junho. Isso porque será o evento inaugural do novo ringue de gelo que o país está construindo na sua capital.
Para isso, convidou EUA e Canadá, potências da modalidade, e países que ainda se desenvolvem no hóquei no gelo, como Brasil, Argentina e Chile, que possuem tradição apenas no hóquei in-line.
Mas diante dos recentes adiamentos, levantou-se a dúvida: será que o torneio irá acontecer mesmo? Bom, agora tudo leva a crer que sim, pois as seleções já estão movimentando verba para viagem e o logo oficial já foi até divulgado nas redes sociais (veja mais ao lado). Sem falar, claro, na chancela que a federação internacional deu ao evento.
(Neste link você vê um pouco da história da modalidade no Brasil em inglês).
Alguns clubes e campeonatos foram criados nas décadas seguintes, mas a falta de um ringue oficial impede o crescimento da modalidade, que depende de espaços improvisados em shopping centers, parques e outros lugares.
Mesmo assim, dois brasileiros já estiveram presentes na NHL, a liga profissional dos EUA e do Canadá. Michael Greenlay nasceu em Vitória, no Espírito Santo, mas tem nacionalidade canadense. Ele fez dois jogos pelo Edmonton Oilers na temporada 1989/1990 e depois jogou em ligas menores no Canadá.
O outro foi Robyn Regehr, cujos pais eram missionários canadenses. Ele nasceu em Recife, Pernambuco, e passou a infância na Indonésia antes de voltar ao Canadá. Ele foi draftado em 1999 para a NHL e atua até hoje. Começou no Calgary Flames, foi para o Buffalo Sabres em 2011 e neste mês se transferiu para o Los Angeles Kings. Robyn integrou a seleção canadense nos Jogos de Inverno em Turim, 2006.
Se depender de Gê Cardoso, outros atletas brasileiros podem crescer na modalidade. "Estou encarando esse evento como uma grande oportunidade de mostrarmos o que temos aqui no Brasil, lá fora", concluiu.
Muita coisa aconteceu depois disso. Eric foi novamente afastado pela justiça e Emílio Strapasson nomeado interventor novamente. Eles trocaram acusações públicas, muito foi dito e o interventor, e presidente em exercício, criou planos emergenciais para garantir que alguns atletas que ainda sonham com Sochi pudessem ir atrás de seus objetivos.
Por isso a seletiva para remontar o time de bobsled, a atenção para os patinadores Kevin Alves, Isadora Williams e Luiz Manella e a correria com Leonardo Raschini Alves no luge. Os outros esportes? Bom, eles teriam que esperar o próximo ciclo olímpico, o próximo presidente da confederação e torcer para que a crise financeira e administrativa diminuísse.
Desafio Rio x São Paulo (Reprodução/Open Pro Ice Hockey) |
E muito mais do que isso. Ele servirá como seletiva para formar a seleção brasileira que disputará a primeira edição do Pan-americano de Hóquei no Gelo, que deverá acontecer em junho na Cidade do México.
Isso mesmo. Seletiva para montar uma seleção brasileira de hóquei no gelo.
(Atualizando: Gê Cardoso entrou em contato com o blog para agradecer a publicação e salientar que não é uma "Seleção Brasileira", e sim formação de apenas uma equipe para disputar uma competição. Feito o registro do coordenador e para afirmar que eu tomei a liberdade de chamar de seleção a título de figura de linguagem. Como vocês verão na sequência do texto, esta não é uma convocação "oficial")
Não há notícias de uma seleção brasileira da modalidade (pelo menos não consegui encontrar nada numa pesquisa rápida). O que existe por aqui é a variação do hóquei no gelo. A modalidade inline possui times, campeonatos e em dezembro do ano passado disputou o sul-americano com a Argentina para o Mundial de Hóquei Inline, também regulamentado pela IIHF. Mas hóquei no gelo tudo leva a crer que será a primeira vez.
Sem apoio
Mas não será uma equipe oficial (ou pelo menos não terá chancela da CBDG). Essa nova equipe será montada por Gê Cardoso, entusiasta da modalidade e que possui escolas e aulas de hóquei no gelo no estado do Rio de Janeiro. Com 30 anos de experiência, tendo jogado até no Canadá, ele resolveu buscar uma alternativa para a crise administrativa da confederação brasileira."Insatisfeito com a gestão da CBDG e inconformado com essa atitude de descaso perante o esporte e, por outro lado, tendo a certeza de que o Brasil teria que ter uma equipe nesse evento importantíssimo, o Presidente da Confederação Mexicana nos fez o convite diretamente e formalmente nos convidou para levarmos uma EQUIPE Brasileira. Seremos convidados, já que hoje não existe um consenso sobre a CBDG e o Brasil não pode ficar de fora. Tanto que todos os atletas estão pagando a viagem toda. (como vc sabe, o esforço é grande)", comentou Gê Cardoso por e-mail ao Blog Brasil Zero Grau. Ele será o técnico e o coordenador desta primeira equipe
Tudo passa pela crise administrativa da Confederação, sem dúvida. Segundo o coordenador, a CBDG recebeu o convite no fim do ano passado para participar, mas sequer enviou resposta à confederação mexicana. Era de se imaginar, pois em novembro e dezembro de 2012 foi quando Eric foi afastado e Emílio assumiu como interventor.
"O primeiro convite para formação de uma Seleção Brasileira fora feito à CBDG, mas o Presidente da Confederação do México não obteve nenhuma resposta. A CBDG teve a chance de estar ativa (levando equipes para fora do Pais para competir) aproximadamente durante 5 anos e nada aconteceu. Apenas ficaram de braços cruzados e nada", prosseguiu Gê.
Enviei um e-mail ao Emílio Strapasson, interventor da CBDG, para esclarecer esse assunto, mas não obtive nenhuma resposta até a elaboração deste post.
Seletiva
Para montar esta equipe brasileira, que entrará para a história como a primeira do país na modalidade, Gê Cardoso irá utilizar o Open Pro Ice Hockey, campeonato que ele está organizando e que acontecerá entre os dias 19 e 20 no Rio de Janeiro, no ringue da Barra On Ice Patinação Artística.Oito equipes (sendo duas femininas) estarão na disputa. A tabela oficial e o regulamento já estão no site do evento. Não vi informações sobre entrada para o público, mas acredito que será gratuito a quem quiser ver um pouco de gelo na cidade conhecida por suas praias e pelo sol.
É o primeiro evento de hóquei no gelo no Brasil que premiará seus campeões em dinheiro. Sem dúvida nenhuma mostra uma profissionalização crescente na organização. E como a competitividade deve ser grande, Gê Cardoso espera definir os convocados para o Pan-Americano do México.
"Como todo Técnico, tenho a base da equipe já formada em minha cabeça (jogadores que atuam em equipes do exterior também estao nessa base), além de jogadores que hoje integram a Seleção Brasileira de In-line Hockey. O time vai bem. Esse evento servirá como seletiva para me ajudar na formação dessa EQUIPE Brasileira", afirmou.
No México
Cartaz oficial (Reprodução/Facebook) |
Para isso, convidou EUA e Canadá, potências da modalidade, e países que ainda se desenvolvem no hóquei no gelo, como Brasil, Argentina e Chile, que possuem tradição apenas no hóquei in-line.
Mas diante dos recentes adiamentos, levantou-se a dúvida: será que o torneio irá acontecer mesmo? Bom, agora tudo leva a crer que sim, pois as seleções já estão movimentando verba para viagem e o logo oficial já foi até divulgado nas redes sociais (veja mais ao lado). Sem falar, claro, na chancela que a federação internacional deu ao evento.
História
E apesar desta ser a primeira formação brasileira num evento oficial, o Brasil já tem uma caminhada de 45 anos na modalidade. Tudo começou em 1968, quando aconteceu o primeiro jogo de hóquei no gelo num ringue montado em Petrópolis (Rio de Janeiro), no hotel e cassino Quitandinha.Robyn Regehr (Divulgação) |
Alguns clubes e campeonatos foram criados nas décadas seguintes, mas a falta de um ringue oficial impede o crescimento da modalidade, que depende de espaços improvisados em shopping centers, parques e outros lugares.
Mesmo assim, dois brasileiros já estiveram presentes na NHL, a liga profissional dos EUA e do Canadá. Michael Greenlay nasceu em Vitória, no Espírito Santo, mas tem nacionalidade canadense. Ele fez dois jogos pelo Edmonton Oilers na temporada 1989/1990 e depois jogou em ligas menores no Canadá.
O outro foi Robyn Regehr, cujos pais eram missionários canadenses. Ele nasceu em Recife, Pernambuco, e passou a infância na Indonésia antes de voltar ao Canadá. Ele foi draftado em 1999 para a NHL e atua até hoje. Começou no Calgary Flames, foi para o Buffalo Sabres em 2011 e neste mês se transferiu para o Los Angeles Kings. Robyn integrou a seleção canadense nos Jogos de Inverno em Turim, 2006.
Se depender de Gê Cardoso, outros atletas brasileiros podem crescer na modalidade. "Estou encarando esse evento como uma grande oportunidade de mostrarmos o que temos aqui no Brasil, lá fora", concluiu.
Segura, uns imigrantes brasileiros no Canadá transmitindo uma partida
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=-bz6fQ28xCI
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