Conforme prometido, aqui vai a entrevista pingue-pongue com a ex-patinadora do Brasil Elena Rodrigues. Sempre educada, trocamos e-mails em inglês. Aqui está a tradução feita pela minha namorada e professora de inglês Cristina Maçoneto. Elena fala de seus planos, vontades e da correria que é se dedicar só aos estudos.
Blog - Por que você parou de competir pelo Brasil na patinação artística? Faltou patrocínio ou foi opção pessoal?
Elena - Eu parei de competir pelo Brasil principalmente porque Isadora Williams tem realmente melhorado e é a melhor chance brasileira numa competição feminina nas Olimpíadas, principalmente em Sochi, 2014. Minha ultima competição representando o Brasil foi na Universíade em 2011. Eu também sou uma estudante universitária e espero conseguir o doutorado em fisioterapia então isso me mantem muito ocupada. Atualmente eu não tenho os recursos ou tempo para treinar e estar no meu nível máximo de patinação artística.
Arquivo Pessoal |
Eu ainda patino com muita frequência e estou competindo pelo meu atual time de patinação artística da universidade. Eu me formei pela universidade de Miami ano passado e estou indo para a escola na universidade tecnológica de Michigan inscrita como uma aluna de pós-graduação e cursando alguns cursos de pré-requisito para me candidatar à escola de fisioterapia no próximo ano. Eu estou também ensinando patinação artística aqui em Michigan, coisa que eu aprecio muito. Eu tenho meu primeiro aluno competindo neste próximo final de semana em uma competição local.
Como você avalia sua passagem pela seleção brasileira?
Eu tive uma experiência maravilhosa competindo pelo Brasil. Eu sinto que esta foi uma grande oportunidade para que eu pudesse ajudar o Brasil a estabelecer um programa de patinação artística e ajudar a aproximar a meta de ter um patinador artístico Brasileiro qualificado para os jogos olímpicos.
Aprendeu mais alguma coisa do Brasil desde a última vez que nos falamos, em 2010? Consegue falar o português?
Eu não tenho aprendido muitas coisas novas sobre o Brasil desde a última vez em que nos comunicamos. Infelizmente, eu ainda não falo português, nada além de algumas poucas frases que meu pai me ensinou.
Você disse que ainda acompanha o Brasil no esporte. Como você faz isso? Tem algum contato com a Isadora Marie Williams, a atual representante brasileira?
Eu realmente não tenho nenhum contato com a atual delegação brasileira. Eu sigo de perto os resultados e estou muito feliz de ver ambos, Isadora e Luiz, patinando em um nível tão competitivo. Se eles continuarem saudáveis e melhorarem, eles terão a habilidade técnica para se qualificarem para os Jogos Olímpicos.
Qual dica você passaria para ela e eventuais atletas que apareçam para defender o Brasil?
Treinar com inteligência é a melhor dica que eu posso dar para qualquer outro patinador competitivo, incluindo Isadora. Este é um esporte pesado que pode causar muitas lesões se você não treinar com sabedoria e este é o porque de tantos atletas não atingirem seu potencial máximo de competitividade.
Pretende, um dia, voltar a competir pelo Brasil na patinação artística? Tem algum sonho no esporte ainda?
Eu ainda sonho o tempo todo em competir, mas neste quesito meu corpo está ficando velho e treinar em período integral realmente não é uma opção onde eu moro por conta da falta de treinamento de alto nível e período de gelo disponível. Se eu me mudar para a universidade aonde vou pelo curso de fisioterapia eu poderei patinar diariamente. Ter a oportunidade de competir em outra Universíade me deixaria extasiada, mas eles só acontecem a cada dois anos. Eu acho que a CBDG precisa investir imediatamente na Isadora e no Luiz por eles terem a melhor chance em Sochi.
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